São Paulo, domingo, 25 de setembro de 1994 |
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Filhote de peixe-boi volta ao mar com sensor
ARI CIPOLA
Dois filhotes da espécie serão reintroduzidos no mar após um período de reabilitação de dois anos em cativeiro. A operação é inédita no país e será realizada no Parque Municipal Marinho de Paripueira (litoral norte de Alagoas). Os filhotes Astro e Lua, ambos com três anos, ganharão transmissores de rádio e satélite antes de voltar ao mar. Eles serão os primeiros animais marinhos a receber os transmissores no Brasil. O objetivo dos pesquisadores é conhecer a migração e os hábitos do peixe-boi. Astro e Lula foram capturados por pescadores há dois anos no litoral cearense, depois de ficarem presos na areia. Hoje, com mais de 200 quilos e dois metros, os filhotes habitam oceanórios do Centro Nacional do Peixe-Boi. O centro é um órgão do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) com sede na ilha de Itamaracá, em Pernambuco. Os transmissores serão a maior fonte de informações científicas dos oceanógrafos responsáveis pelos estudos do peixe-boi no Brasil. Os dados de satélite chegarão aos oceanógrafos em mensagens mensais. As informações por sinais de rádio serão diárias e poderão ser captadas a 1 km. Além do repovoamento, o objetivo da reintrodução dos filhotes é evitar o isolamento genético dos grupos de peixes-boi de Alagoas, disse Regis de Lima, 31, oceanógrafo que coordena o projeto brasileiro de salvamento da espécie. Alagoas é o Estado mais ao sul do país onde mais há registro da espécie. Os peixes-boi alagoanos estão isolados de outros grupos do país porque no litoral sul de Pernambuco –Estado vizinho– a espécie já está extinta. O peixe-boi marinho é perseguido desde o período colonial por causa da carne, gordura e couro, usados para fins terapêuticos e de alimentação. A caça levou a espécie para muito próximo da extinção no país. Texto Anterior: Guia vai indicar locais perigosos Próximo Texto: Lei municipal prevê punição Índice |
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