São Paulo, domingo, 25 de setembro de 1994
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Importações

DEMIAN FIOCCA

A sobrevalorização do real é coerente com o esforço de estabilização e por isso pode prolongar-se. A soma da política cambial e da forte redução das tarifas externas permite prever um crescimento excepcional das importações.
Na Argentina, elas cresceram de US$ 4 bilhões em 1990 –antes do plano que fixou o câmbio– para US$ 7,8 bilhões, US$ 14,8 bilhões e US$ 16,8 bilhões de 1991 a 1993, respectivamente. As exportações ficaram ao redor de US$ 12 bilhões durante os últimos quatro anos.
Diferentemente da Argentina, o Brasil não vem de uma recessão e sua indústria é mais competitiva. Mesmo assim, a prioridade absoluta dada ao combate à inflação –independentemente dos custos sociais ou do impacto sobre a indústria–, e a grande atração de divisas pelas altas taxas de juros tornam similar a situação dos dois países.
Pode-se esperar já para 1995 uma forte concorrência dos produtos do Leste asiático. São países com salários igualmente baratos e a vantagem dos investimentos em educação e das estruturas de financiamentos de longo prazo (juros de até 3% por 20 anos).
Não é improvável que nos meses finais do próximo ano a balança comercial brasileira esteja registrando déficit.

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