São Paulo, domingo, 25 de setembro de 1994 |
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Humor tirado do horror
INÁCIO ARAUJO "Beijo 2348/72" tinha tudo para dar errado. Foi filmado quase aos trancos e barrancos, nos tempos agônicos da Embrafilme, pouco antes que a empresa fechasse (em 1990). Tinha um diretor estreante. Acabou lançado apenas em 1994. Quando se foi ver, a surpresa estava lá. A história é a do operário que beija uma operária durante o expediente, é despedido e entra com um processo contra a empresa. Walter Rogério tira desse fato uma comédia sobre um país em que quase nada faz sentido. A força dessa concepção, que acha humor no horror brasileiro (não o horror hiperbólico dos filmes abertamente políticos, mas um outro, cotidiano, assombroso), encontra o par perfeito no talento de Chiquinho Brandão. "Beijo" chega à TV saudável e forte.(IA) BEIJO 2348/72 Brasil, 1990, 84 min. Direção: Walter Rogério. Com Fernanda Torres, Chiquinho Brandão, Maitê Proença. Inédito. Na Bandeirantes. Texto Anterior: O mestre passa ao sonoro Próximo Texto: Simone revela que Gustavo era estéril; Didá morre de ataque cardíaco Índice |
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