São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 1994
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Peemedebista refaz contas com passado

GEORGE ALONSO e
FERNANDO DE BARROS E SILVA

GEORGE ALONSO; FERNANDO DE BARROS E SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Convencida de que Orestes Quércia, presidenciável pelo PMDB, está fora do páreo, a cúpula de sua campanha avalia que a eleição, mesmo com a derrota, já começou a purgar a imagem negativa do candidato a fim de viabilizá-lo para o pleito de 1998.
No núcleo quercista, é dado como certo que o candidato deve se manter neutro em caso de um segundo turno entre Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique.
Confirmada a vitória de FHC no 1º turno, Quércia vai querer "limpar" o partido, deixando claro que quem aderir ao governo deve deixar a sigla.
Os quercistas acham que o grupo ligado ao senador José Sarney e ao PMDB gaúcho, liderado pelo senador Pedro Simon e pelo candidato ao governo Antônio Britto, ambos partidários de FHC, devem caminhar para o PFL ou PSDB.
O governador Luiz Antonio Fleury Filho deve ser uma pedra no sapato do PMDB quercista. Fleury já mandou recado aos tucanos de que aceitaria um ministério.
O núcleo mais próximo de Quércia avalia que a postura do candidato na campanha eleitoral, sobretudo na TV, começa a apagar dois estigmas que o perseguem.
O primeiro está ligado à imagem do "trator político", que iria devassar a vida privada dos adversários.
"Nada maculou a campanha de Quércia. Ele não fez ataques pessoais, fez uma campanha de candidato decente", diz José Machado de Campos Filho, 47, que concorre ao Senado pelo partido.
O segundo estigma são as suspeitas de irregularidades em sua vida pública. O caso de maior repercussão foi o das importações superfaturadas de equipamentos de Israel. O peemedebista foi absolvido pelo Superior Tribunal de Justiça. A sentença, na avaliação dos quercistas, vai servir como atestado em seu futuro político.

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