São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 1994
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Petroleiros decidem parar hoje e dissídio é julgado em Brasília

DA SUCURSAL DO RIOE DA AGÊNCIA FOLHA

Representantes dos petroleiros e da Petrobrás se reúnem hoje, em Brasília, para uma audiência da categoria no TST (Tribunal Superior do Trabalho) sobre o dissídio salarial. A greve dos petroleiros foi marcada para a zero hora de hoje.
O dissídio foi enviado pela Petrobrás ao TST na tarde de sexta-feira. Não houve acordo sobre o reajuste.
Os petroleiros pediram 108,32%, com base em cálculos dos índices de inflação do Dieese. A Petrobrás oferece só 13,39%, índice permitido pela lei.
Na avaliação da FUP (Federação Única dos Petroleiros), a greve atingirá aproximadamente 50 mil petroleiros e vai paralisar 10 refinarias, uma fábrica de asfalto e mais de 40 plataformas.
O comitê que organiza a paralisação disse que serão mantidos apenas os serviços básicos, que garantem a sobrevivência dos equipamentos e da produção após a greve. Segundo o comitê, as plataformas e refinarias ficarão ocupadas pelos grevistas.
Na Reduc (Refinaria de Duque de Caxias), na Baixada Fluminense, o sindicato local dos petroleiros planejava iniciar os piquetes às 23h30 de ontem.
Luísa Botelho, 30, diretora da Fup, disse que a greve não tem conotação eleitoral e que foi decidida a partir das reivindicações da categoria durante a campanha salarial.
Ela disse que, em caso de desabastecimento, os grevistas discutirão uma maneira de resolver o problema sem interromper o movimento.
Esta é a sétima greve geral dos petroleiros desde 1986, ano do Plano Cruzado. Em algumas greves houve desabastecimento localizado de combustíveis, especialmente gás de cozinha.
A assessoria de imprensa da Petrobrás informou que a empresa se preparou para a greve mantendo as refinarias funcionando a plena capacidade.
O presidente da Petrobrás, Joel Rennó, informou através de sua assessoria, que não comentaria a greve.
Os 1.600 petroleiros da Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (SP) não realizaram assembléia ontem. Eles mantiveram a posição de parar às 0h de hoje, decidida em assembléia ocorrida no último dia 22.
A refinaria é responsável por 15% da produção nacional de derivados de petróleo e a única no Brasil que produz gasolina para aviões de pequeno porte. A estatal informou possuir estoques para três meses de abastecimento.

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