São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 1994
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Combate ao fogo em SP é artesanal, diz governo

DA REPORTAGEM LOCAL

O combate ao fogo na maior parte do Estado é "quase artesanal", segundo o coordenador de Proteção de Recursos Ambientais da Secretaria do Meio Ambiente, Dalmo José Rosalem, 51.
Nas regiões de serra, onde não há acesso para os carros-pipa, os bombeiros usam borracha e vassoura de bruxa (tipo de vegetação) para abafar as chamas.
Se as labaredas são muito altas, os homens abrem clareiras no entorno para tentar confinar o fogo.
Rosalem afirma que o ideal para combater os incêndios nas serras são os aviões com bombas de água. O Estado tem apenas dois helicópteros para ajudar no controle do fogo. Ontem, os dois estavam sendo usados na serra do Japi.
O coordenador ressalta que a quantidade de incêndios deste ano é exceção. "Se montarmos um aparato desse tipo, ele ficará ocioso nos outros anos."
Segundo Rosalem, a principal causa para o "boom" de incêndios são as condições climáticas. A vegetação está muito seca, após as geadas e a falta de chuva.
"Há pelo menos dez anos não acontecia situação tão catastrófica", afirmou. Mas o estopim para o fogo ainda são os balões e as pontas de cigarro jogadas em beira de estradas por motoristas.
Um balão foi a causa do início do incêndio no Pico do Jaraguá (zona oeste). A área e os parques do Zoológico e Jardim Botânico, no quilômetro 111 da rodovia dos Imigrantes (zona sul), são os mais atingidos pelo fogo na região metropolitana de São Paulo.
Ontem foi o quarto dia de incêndio nesses locais. Segundo o Corpo de Bombeiros, o principal problema é que o fogo reaparece depois de terem sido controlados os focos.
Às 15h de ontem havia um carro de bombeiros no Jardim Botânico e outros três no pico do Jaraguá. Dois helicópteros estão de prontidão para combater o fogo.
Também houve focos na serra da Cantareira, mas, segundo os bombeiros, a área atingida foi pequena e o fogo já foi controlado.

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