São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 1994 |
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Moda primavera/verão vende até 40% mais
MÁRCIA DE CHIARA
O calor e os preços mais baratos, em dólar, explicam o sucesso da moda da nova estação. O quadro é exatamente inverso do que ocorreu no inverno. Em junho, o frio ameno e os preços altos provocaram o encalhe da coleção. Resultado: os lojistas não tiveram outra saída a não ser antecipar as liquidações e suspender as encomendas. Hoje, no entanto, o comércio comemora o bom desempenho e nem pensa em promoções. Nas duas primeiras semanas do mês, as vendas de vestuário ficaram 40% acima do mesmo período de 1993 nas lojas dos shoppings, segundo Raul Sulzbacher, coordenador do conselho de shoppings da FCESP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo). Na Gregori, os negócios em setembro estão 30% maiores que no mesmo mês de 1993. "Estamos fazendo uma nova rodada de pedidos da coleção", conta Sheila Maria Santana, supervisora comercial da empresa. Na Ellus a situação não é diferente. A empresa registrou crescimento entre 12% e 15% nos negócios nas duas primeiras semanas do mês sobre igual período de 93. Nelson Alvarenga, diretor da Ellus, diz que a perspectiva é de fechar o ano com alta de 15% a 20% sobre os US$ 75 milhões que a marca vendeu em 1993. A Modélia, que acaba de lançar a nova coleção, informa que as vendas estão boas. Como o lançamento é recente e até agora só em quatro de suas sete lojas, ainda não deu para avaliar exatamente de quanto foi o crescimento, diz Filip Riwczes, diretor financeiro. Segundo a Abravest, que reúne as confecções, os preços pagos pelos lojistas em dólar estão de 15% a 20% abaixo de 1993. Sheila diz que as roupas estão chegando mais baratas ao consumidor não porque os preços da indústria estejam menores. Segundo ela, é que as lojas endureceram nas negociações com as confecções. Motivo: o cliente está de olho no preço mais em conta Já as indústrias dizem que estão vendendo mais barato porque investiram em produtividade. "Nossos preços em dólar estão 20% abaixo da coleção de 1993", diz Alvarega, da Ellus. Para ele, não é só o aumento da produtividade que fez o preço encolher. Com a queda da inflação, os encargos financeiros sobre os impostos reduziram. Para Juarez Rizzieri, coordenador do Índice de Preço ao Consumidor da Fundação de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), os índices de preços não captaram ainda a entrada da nova coleção. As roupas de primavera/verão, diz Rizzieri, devem estar mais baratas neste ano devido à redução das alíquotas de importação e à simplificação da moda, o que pode pressionar menos o índice. Esse efeito, porém, pode ser anulado se o consumo continuar aquecido e a oferta de produtos for insuficiente para atender a procura, explica. Texto Anterior: Emprego cai 4% no semestre Próximo Texto: Faltam até caminhões para a pronta entrega Índice |
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