São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 1994
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Jennifer Capriati conta ter planejado suicídio este ano

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A tenista norte-americana Jennifer Capriati, 18, afastada das quadras desde setembro de 1993, chegou a planejar seu suicídio no início deste ano. Ela revelou isso ontem, em entrevista ao jornal "New York Times".
"Me sentia deprimida e me culpava. Olhava no espelho e enxergava uma pessoa derrotada, gorda, culpada", disse a tenista, que foi detida em maio nos EUA por porte de maconha. "Chegou uma momento em que estive muito perto de deixar de existir."
Capriati afirma nunca ter sido dependente de drogas. "A idéia do suicídio não tem a ver com drogas. Eu não me entendia, minha vida não tinha sentido. Acho que quando se tem 14 ou 15 anos é muito difícil lidar com coisas que aconteciam ao meu redor."
Aos 14 anos, ela foi a tenista mais jovem a assinar um contrato de publicidade no valor de US$ 1 milhão. Aos 15, já era uma das dez melhores do ranking mundial. Aos 16, ganhou a medalha de ouro na Olimpíada de Barcelona.
Nos últimos 12 meses, Capriati deixou as quadras, alegando que iria tratar uma contusão e acabar os estudos. Nesse período, foi detida ao roubar jóias de uma loja.
Depois, no dia 16 de maio, foi denunciada em um motel da Flórida, onde deu uma festa com consumo de drogas.
Depois de passar duas vezes por centros de reabilitação e ter perdido os 11 kg que tinha engordado, Capriati está em dia com a Justiça e diz que se sente "mais forte".
Apesar do discurso, Capriati adiou sua volta aos torneios, anunciada para a semana que vem. "Tenho uma contusão leve, só isso", diz a tenista, que procura evitar comparações com Monica Sles, outra campeã do tênis que tem protelado o retorno às quadras.

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