São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 1994 |
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Mulheres denunciam abusos
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Grupos feministas acusaram ontem os militares e policiais haitianos de realizar uma campanha de estupros contra ativistas. Os grupos apresentaram evidências à Comissão Interamericana de Direitos Humanos em Washington.Uma das mulheres presentes era Alerte Belance, uma haitiana partidária de Aristide. Ela pediu o desarmamento dos militares e disse que a anistia acertada entre EUA e a junta militar haitiana não pode contemplar "criminosos" como os que a mutilaram em outubro. Alerte disse que soldados que procuravam seu marido arrastaram-na de sua casa em Porto Príncipe e a golpearam com baionetas. Ela perdeu uma orelha, parte da língua e uma mão. Depois, foi abandonada sobre outros corpos para morrer na beira da estrada. Alerte disse ter sido levada ao hospital depois de ter conseguido se arrastar até a estrada. Os policiais foram ao hospital, então, para tentar matá-la, mas os médicos, segundo a haitiana, disseram que ela já estava morta. Alerte recebeu asilo político e chegou aos EUA em janeiro. Os grupos apresentaram relatório de 600 páginas sobre abusos contra mulheres no Haiti. Segundo o documento, os casos de estupro contra ativistas ou parentes de ativistas têm crescido desde 93. Há entre as vítimas até meninas de cinco anos de idade. Texto Anterior: EUA anunciam suspensão do boicote Próximo Texto: Refugiados retornam ao país Índice |
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