São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 1994
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Petroleiros do Rio desafiam ordem do TST

DAS SUCURSAIS

Reunidos ontem de manhã em frente à Reduc (Refinaria Duque de Caxias), cerca de 200 petroleiros decidiram não atender à ordem do TST (Tribunal Superior do Trabalho) de manter em serviço 30% do pessoal empregado na área de produção.
Desde o início da greve da categoria, à 0h de anteontem, a produção da Reduc está sendo mantida pelos 250 petroleiros que começaram a trabalhar às 16h de segunda-feira, antes do início da paralisação.
O Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros) de Duque de Caxias –município da Baixada Fluminense onde fica a Reduc– informou que não obedecerá o TST por considerar que a cota de 30% está sendo atendida pelo pessoal de serviço há três dias.
A liderança da greve não aceita substituir o pessoal que está na Reduc. O objetivo dos sindicalistas é levar os colegas à exaustão, de modo que a direção da refinaria decida parar a produção, meta principal dos grevistas.
O assessor de comunicação da Reduc, Fernando Fortes, disse que os grevistas estão desrespeitando a determinação do TST.
"O que nos preocupa é o cumprimento da ordem judicial. Os grevistas estão irredutíveis. O TST fala em manter a produção de combustíveis e gás. Se eles não substituírem o pessoal, vão estar praticando desobediência judicial", disse Fortes.
O Sindipetro insistiu ontem na entrada de um médico na Reduc a fim de examinar as condições de saúde dos petroleiros de serviço. A Reduc não aceitou, alegando que sua equipe médica está de plantão para atender quem passar mal.
O assessor do Sindipetro, José Messias Xavier, disse que os petroleiros de serviço não podem sair da Reduc "enquanto a gerência não parar a produção".
Segundo ele, enquanto continuarem ligados, os equipamentos não podem deixar de ser manipulados pelos petroleiros de plantão.
David de Souza, diretor financeiro da FUP (Federação Única dos Petroleiros), disse em Brasília que a adesão é total nas 11 refinarias do país.
Para ele, não está havendo descumprimento da ordem judicial dada anteontem pelo presidente do TST. Porém, afirmou que a maioria das refinarias não tem condições mínimas de funcionamento com apenas 30% dos petroleiros.
Ele disse que a paralisação vai aumentar por exaustão dos funcionários, já que os turnos não estão sendo substituídos.
Souza disse também que não devem faltar combustíveis enquanto durar a greve.
Para ele, a Petrobrás tem estoques suficientes para o atendimento básico da população por 10 a 30 dias, dependendo do produto.
Os grevistas não pretendem prejudicar a população com o desabastecimento, afirmou o diretor financeiro da FUP.
Souza acha que no julgamento de amanhã o TST vai considerar a greve abusiva.

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