São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 1994
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Ex-informante envolve mais dois policiais

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-informante da Polícia Civil José Gonzaga Moreira, 50, o "Zezinho do Ouro", prestou ontem seu quinto depoimento na Corregedoria do Departamento de Inquéritos Policiais do Tribunal de Justiça de São Paulo.
O depoimento terminou às 20h. Dizendo-se ameaçado de morte, Zezinho iniciou no final de maio uma série de denúncias de corrupção que envolveriam mais de 50 policiais civis.
Ontem, ele acusou o investigador Jamiro, da Corregedoria do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), de estar envolvido em um caso de extorsão contra um receptador de jóias roubadas.
O caso teria ocorrido em 1983. "O Jamiro recebeu uns Cr$ 200 milhões e ficou as jóias", disse.
Ele envolveu Jamiro também no recebimento de propinas pagas por bicheiros da zona norte no tempo em que o investigador estava no 13º DP (Casa Verde).
À Folha, por telefone, Jamiro se negou a dizer seu sobrenome, função no Detran ou idade. "Não quero nada publicado", declarou.
Jamiro afirmou conhecer Zezinho do Ouro. "Eu o investiguei, acho que em 82. Ele era acusado de receptação de objetos roubados. É possível que ele tenha alguma bronca por causa disso", disse.
Zezinho citou ainda uma investigadora conhecida como Sônia, hoje na Divisão de Investigações sobre Roubo e Furto de Carros.
Sônia estaria envolvida no desvio de 12 kg de ouro apreendidos pelo Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais). A Folha não a localizou ontem.
Zezinho deu à Justiça um bilhete anônimo que diz haver inquérito aberto na Corregedoria da Polícia Civil para apurar o desvio de ouro.

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