São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 1994
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Ministro evita comentar emissão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Ciro Gomes, evitou ontem comentar possíveis mudanças nos limites da base monetária estabelecidos na MP (medida provisória) do real.
Conforme a Folha apurou, o aumento do limite está sendo analisado pela equipe econômica.
"Estabelecer uma meta burocrática com antecedência de três a quatro mês é uma contribuição inédita do Brasil à história econômica", disse Ciro.
Base monetária é a soma do papel moeda em poder do público mais reservas bancárias.
A preocupação da equipe é com o limite fixado para o trimestre outubro/dezembro: R$ 10,2 bilhões, já considerado o adicional de 20%.
Qualquer definição, porém, só deve sair em outubro –após o resultado das eleições para a Presidência da República.
O objetivo de fixar os limites de emissão de moeda em lei, segundo Ciro, foi o de estabelecer uma âncora de confiança. Antes, lembrou ele, o governo emitia moeda para resolver seus problemas de financiamento no mercado interno.
"Foi em função desta tradição lamentável que o Plano Real quis impor uma meta de expansão monetária –e deixou isso escrito através de uma medida provisório", disse. Segundo ele, a confiança da população na moeda é muito forte.
Os limites de base monetária fixados na MP do real são os seguintes: R$ 7,5 bilhões no trimestre julho/setembro, R$ 8,5 bilhões no trimestre outubro/dezembro e R$ 9,5 bilhões no trimestre janeiro a março de 1995.
Para todos os casos é permitido um adicional de 20%.
O adicional precisa ser aprovado pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). No trimestre julho a setembro, o uso do adicional de 20% permite ao governo elevar para R$ 9 bilhões o saldo da base monetária, calculado de acordo com a média diária.
Questionado sobre a possibilidade de flexibilizar estes limites, Ciro disse que poderia ser feito, caso fosse necessário.
Dados do Ministério da Fazenda indicam que a média dos saldos diários da base estava em R$ 8,7 bilhões até 20 de setembro.

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