São Paulo, segunda-feira, 2 de janeiro de 1995
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Parlatório foi usado uma vez na posse

Só Jânio recebeu a faixa no local

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

O parlatório foi usado uma única vez para a transmissão do cargo de presidente. Eram 12h06 de 31 de janeiro de 1961 quando Juscelino Kubitschek de Oliveira passou a faixa presidencial a Jânio Quadros.
JK disse que entregava o país bem melhor que tinha recebido; Jânio respondeu que seu antecessor seria visto no futuro como o homem que havia consolidado a democracia.
Brasília foi projetada nos anos 50, quando a idéia de democracia se confundia com a de contato direto entre governantes e governados. O parlatório é testemunha dessa utopia.
Passaram-se os anos e o palanque de mármore tornou-se um componente inútil na decoração da cidade. Três exceções ocorreram de forma esparsa. Em 1970, ao recepcionar a seleção de futebol, o presidente Garrastazu Médici subiu ao parlatório com alguns jogadores, mas não discursou.
Também em silêncio, José Sarney cumprimentou a multidão que em 15 de março de 1985 esperava vê-lo em companhia de Tancredo Neves, naquele instante internado no Hospital de Base de Brasília.
Em 15 de março de 1990, Fernando Collor subiu ao parlatório e falou por apenas cinco minutos, mas não foi lá que ocorreu a transmissão do cargo: ele recebeu a faixa de Sarney no Salão Nobre do Planalto.

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