São Paulo, terça-feira, 3 de janeiro de 1995
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Atletas transformam Masp em sanitário

Organização não instalou banheiros

ANDRÉ MUGGIATI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Masp (Museu de Arte de São Paulo) virou banheiro para os cerca de 150 atletas do grupo principal que disputaram a corrida de São Silvestre, na tarde do dia 31 de dezembro.
Um vizinho do museu, Antônio Labela, gravou, em uma fita de vídeo, oito minutos de cenas nas quais os atletas urinam e defecam junto ao prédio do Masp, enquanto fazem o aquecimento para disputar a prova.
Para Labela, que é funcionário da Telesp, foi uma depredação do patrimônio público. "Eram atletas de renome internacional. Eles vão levar para o exterior a imagem de que no Brasil não há banheiros e todo mundo faz o que quiser aonde quiser", disse.
A área sob o museu estava reservada apenas para os atletas com melhor índice técnico, com possibilidade de vencer a corrida. Eles largavam à frente dos cerca de dez mil participantes restantes.
Segundo o diretor da prova, Vítor Malzoni, a organização da São Silvestre solicitou ao Masp a utilização dos banheiros do museu.
Para o próximo ano, haverá cabines sanitárias portáteis.
Segundo Malzoni, os atletas selecionados para o pelotão principal da São Silvestre poderiam ter usado os banheiros do edifício Gazeta, antes da prova, pois passaram por lá para deixar seus materiais.
O conservador chefe do Masp Luís Osaka afirmou ontem que o museu fecha completamente durante eventos na avenida Paulista por questões de segurança. "Não teria como liberar nossos banheiros".
Ele disse estar chocado com o fato de terem defecado e urinado na área do museu. "Havia dois sanitários que poderiam ter sido usados, no parque Trianon (em frente ao Masp)".
Osaka disse não poder se manifestar oficialmente sobre o acontecimento, em nome do museu. De acordo com ele, o diretor presidente do Masp, Júlio Neves, está viajando e deve retornar hoje.
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