São Paulo, terça-feira, 3 de janeiro de 1995
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Israel congela colônia judaica

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, declarou que a expansão de uma colônia judaica na Cisjordânia perto da povoação árabe de al Khader será interrompida, mas que uma construção alternativa poderá ser permitida por perto.
Os palestinos dizem que o aumento da colônia é uma ameaça à paz e uma violação do acordo entre Israel e a OLP (Organização para Libertação da Palestina).
Rabin deu as declarações ao Parlamento durante um intervalo das discussões de seu gabinete. Os ministros discutiam o futuro de um projeto habitacional de 500 unidades em Givat Tamar, uma colina perto de al Khader, a alguns quilômetros da colônia judaica de Efrat.
Segundo Rabin, em nenhuma circunstância será continuado o trabalho em Givat Tamar, embora construções perto de Efrat possam ser permitidas.
Desde a semana passada, palestinos protestam no local. Em confrontos com tropas israelenses houve feridos e alguns pacifistas de Israel foram detidos.
As autoridades de Efrat afirmam que adquiriram a terra legalmente de seus donos árabes, mas residentes de al Khader dizem que foi confiscada ilegalmente.
Em comunicado divulgado ontem, um grupo extremista israelense, Espada de David, ameaçou matar o premiê do país.
"Rabin é um traidor que permite derramar sangue judeu, quer vender Jerusalém a preço de liquidação e outorgar direitos ao assasino Iasser Arafat", diz o texto.
O Espada de David é derivado do movimento antiárabe Kach, do rabino Meir Kahane (já morto), tornado ilegal pelo governo de Rabin depois do massacre de 25 de fevereiro na mesquita de Hebron (Cisjordânia), quando um colono judeu matou 29 palestinos.
Um sargento da unidade especial israelense "cereja", cujos membros atuam nos territórios ocupados disfarçados de palestinos, está preso há 15 dias por ter planejado uma outra chacina de palestinos, perto de Tel Aviv, segundo a imprensa local.
Soldados mataram perto de Hebron um pistoleiro palestino que teria aberto fogo contra uma patrulha. Outros dois palestinos foram mortos perto de Belém e um terceiro foi ferido mas escapou, segundo a rádio israelense. Também estariam armados.
Um grupo de palestinos feriu um israelense com pedradas no campo de refugiados de Balata, também na Cisjordânia ocupada.
O israelense errou o caminho e foi parar no campo de refugiados. Ele foi resgatado por soldados israelenses e levado a um hospital.

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