São Paulo, sexta-feira, 6 de janeiro de 1995
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Economia chega a R$ 500 mi

DA REPORTAGEM LOCAL

O Estado vai economizar cerca de R$ 500 milhões por ano com o rompimento do contrato entre o governo paulista e os funcionários do Baneser que prestam serviços à administração pública. O cálculo, concluído ontem, foi divulgado pelo governador Mário Covas.
Segundo o levantamento, 13.387 empregados do Baneser atuam em órgãos públicos e não 17 mil como o próprio governador havia anunciado anteontem.
Covas disse que o número divulgado anteriormente contabilizava também os funcionários que prestam serviços para o Banespa. O Baneser é subsidária do banco.
Ainda de acordo com o tucano, do total de funcionários da estatal que prestam serviços ao Estado, 11 mil já foram devolvidos.
A economia gerada pelo corte dos contratos é pouco inferior ao gasto mensal com a folha de pagamento do funcionalismo (R$ 600 milhões). Por mês, o Estado gastava R$ 42 milhões com salário e encargos trabalhistas dos funcionários do Baneser.
Cada contrato firmado entre o governo e a estatal prevê um tipo de punição e uma multa a ser paga em caso de rescisão. A equipe de Covas ainda não concluiu o cálculo dessa despesa.
Criado em 1973, o Baneser passou a ser usado pelo governo do Estado nos últimos oito anos para contratar mão-de-obra em processos de terceirização de tarefas.
Neste período, a estatal foi acusada de ter se tornado em "cabide" de empregos para políticos ligados ao PMDB e de contratar pessoal sem realização de concurso público como determina a Constituição federal.
Durante a campanha eleitoral, Covas prometeu extinguir a empresa. Segundo a diretoria do Baneser, o cumprimento da promessa vai custar aos cofres públicos cerca de R$ 250 milhões.
A definição sobre o futuro dos funcionários devolvidos pelo governo estadual já está selado. Segundo a equipe de interventores do Banco Central que atuam na empresa, eles serão demitidos.
Durante o anúncio da economia que será gerada, Covas voltou a se eximir sobre o futuro da estatal. "Tudo sobre o Baneser agora compete ao Banco Central".

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