São Paulo, domingo, 8 de janeiro de 1995 |
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Governo vai rever estratégia
CARLOS MAGNO DE NARDI
A estratégia, coordenada pelo próprio governador, será revertida a partir de amanhã. Assustados com a repercussão dos números difundidos e querendo afastar a imagem de "derrotistas", os tucanos passam a priorizar a divulgação de propostas e projetos a serem executados no governo. A alteração inclui o próprio discurso adotado por Covas na primeira semana de governo. Durante os anúncios de medidas de contenção de despesas e de acusações veladas contra seu antecessor, o governador preferiu o discurso emocionado dos palanques da campanha eleitoral. Covas repetiu durante a semana expressões como "encontrei o cofre sem um tostão" e "é paradoxal que se assuma um governo recebendo uma herança dessa ordem" ao se referir a um suposto calote dado pelo governo Fleury. Também durante a semana, enquanto Covas e sua assessoria divulgavam números do governo Fleury para caracterizar a falência do Estado, o ex-governador, que está em Portugal, contestava as afirmações através de assessores. Fleury e Covas divergiram sobre o afastamento de funcionários do Baneser, o parcelamento do salário do funcionalismo e sobre o atraso do pagamento de fornecedores nos últimos quatro meses. Todas as medidas anunciadas pelo governo durante a semana visam sanear as finanças do Estado ou rever contratos e obras feitos na administração Fleury. Medidas Para sanear as finanças, Covas afastou 11 mil funcionários do Baneser que prestam serviços ao Estado, parcelou o pagamento do funcionalismo e sustou contratações de servidores por fundações e estatais. Segundo Covas, o governo paulista economizará cerca de R$ 43,6 milhões mensais com a rescisão dos contratos com o Baneser, o que representa R$ 500 milhões ao longo de um ano, o equivalente a quase o valor integral da folha de pagamento de um mês do Estado. Outra medida de contenção, o parcelamento do salário de dezembro do funcionalismo, se concretizou na sexta-feira. Cada servidor recebeu até R$ 350. O servidor que ganhar acima disso vai receber o restante nos dias 13 e 20. A alegação da Secretaria da Fazenda é que a arrecadação do ICMS até o dia 6, data do pagamento, não cobriria a folha. A arrecadação seria de R$ 340 milhões contra um gasto de cerca de R$ 600 milhões com os salários. Na última terça-feira, o "Diário Oficial" do Estado trouxe decreto de Covas com outra medida. O governador vedou a admissão ou contratação de pessoal nas autarquias, estatais e autarquias. Texto Anterior: Covas promete cortes para equilibrar contas Próximo Texto: Governo vai suspender investimentos Índice |
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