São Paulo, domingo, 8 de janeiro de 1995
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"Cemitério" abrange 450 obras no Estado

DA REPORTAGEM LOCAL E DOS REGIONAIS

O cemitério de obras paradas dos governos Quércia (1987-91) e Fleury (1991-94) reúne 450 construções espalhadas atualmente por todo o Estado.
As obras de estradas, com as quais Orestes Quércia tentou marcar a sua gestão, formam hoje um cenário de abandono, com crateras abertas e construções inacabadas em todo o Estado.
A situação se repete na tentativa de ampliação da rede hospitalar, reformas de escolas e até no projeto Tietê, que tem recursos de bancos externos e nasceu em 92 com o objetivo de despoluir o rio e consagrar o governo de Fleury.
Não foi o que se viu. O governador chegou ao fim da sua administração sem atingir a meta de despoluir as águas em 50% e uma série de obras de estações de tratamento de esgotos.
Algumas construtoras desse conjunto de 53 estações até planejam no momento repassar as obras para outras empreiteiras, alegando que sofrem prejuízo devido ao custo baixo do projeto.
No metrô, antes conhecido em todo o país como símbolo da força de São Paulo na construção civil, o cenário também não é diferente.
Emperraram as construções da linha Clínicas/Vila Madalena (zona oeste da capital) e a extensão Santana/Tucuruvi (zona norte).
No Estado inteiro, é possível avistar algum canteiro de obra desativado.
Na região de São José do Rio Preto (451 km a noroeste de São Paulo), o governo Fleury abandonou ou diminuiu o ritmo de pelo menos dez obras após as eleições de 94.
A maioria são construções de trevos e duplicação de rodovias e estradas vicinais.
Na rodovia Euclides da Cunha (SP-320), as obras de rebaixamento da pista nos trevos de acesso às cidades de Tanabi e Fernandópolis estão totalmente paradas.
Ainda em Rio Preto, a construção do Centro Regional de Eventos, com ginásio de esportes, prédios para convenções, congressos e shows, também teve o ritmo diminuído após as eleições.
Na região do ABCD, o governo tem oito obras paradas. Duas delas são hospitais estaduais, um Diadema e Santo André.
Cinco das principais obras do governo na região de Campinas vão continuar paralisadas durante o primeiro ano da gestão Covas, segundo previsão do governo.
As obras são as seguintes: anel viário de Campinas, trevo da Anhanguera (Limeira), do prolongamento da rodovia dos Bandeirantes e as duplicações das rodovias Campinas-Cosmópolis e Campinas-Monte Mor.

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