São Paulo, domingo, 8 de janeiro de 1995 |
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Empresas de mão-de-obra têm privilégio
DA REPORTAGEM LOCAL O decreto que determinou a contenção de gastos em São Paulo liberou as empresas prestadoras de serviços nas áreas de limpeza, segurança e assistência técnica.Estas empresas mantêm cerca de 50 mil funcionários na máquina do Estado, em regime de contratos de terceirização. Estas pessoas podem ser consideradas privilegiadas neste momento: não irão sofrer com a novela do pagamento dos salários imposto ao funcionalismo público, que terá os seus vencimentos parcelados. As empreiteiras de mão-de-obra faturam atualmente, segundo a Associação de Empresas de Terceirização, cerca de R$ 28 milhões por mês. A medida do governo paulista pode gerar uma situação inusitada: numa mesma repartição pode acontecer de um funcionário público ficar com o salário pago em parcelas e seu colega terceirizado receber tudo que tem direito. "Nossos serviços são mais econômicos e eficientes", diz o empresário Ermínio Alves de Lima Neto, presidente da asssociação das empresas que alugam mão-de-obra ao Estado. Lima Neto elogiou a medida do governador Covas que livrou as 35 empresas associadas do corte dos pagamentos. O presidente da Associação disse que os custos dos terceirizados são inferiores, por exemplo, aos funcionários mantidos pelo Baneser (Banespa Serviços Técnicos e Administrativos). O Baneser, que pode ser extinto, funciona como uma espécie de agência de empregos do governo. Além de mão-de-obra, algumas destas empresas alugam também carros para reforçar a frota oficial de São Paulo. Por este serviço também não serão prejudicadas no recebimento das suas dívidas. O secretário estadual de Planejamento, André Franco Montoro Filho, 50, disse à Folha, anteontem, que estas empresas prestam serviços essenciais, como limpeza e segurança. Por este motivo, segundo o secretário, não podem ter os seus serviços interrompidos por falta de pagamento. Entre as maiores empresas de prestação de serviços ao Estado estão a Transbraçal e a Tejofran. A Tejefran, segundo a lista entregue pelos dirigentes do PSDB ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), colaborou com a campanha de Covas ao governo do Estado. Texto Anterior: "Cemitério" abrange 450 obras no Estado Próximo Texto: Covas não sabe o que fazer sem Baneser Índice |
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