São Paulo, domingo, 8 de janeiro de 1995
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PSDB desmonta a máquina quercista

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo Mário Covas começa, pelo Baneser, a desmontar os tentáculos do PMDB quercista e fleuryzista no Estado.
Segundo o secretário do Planejamento, André Franco Montoro Filho, não está havendo "caça às bruxas", mas o "Estado não pode servir como máquina administrativa de um partido".
Montoro Filho afirma que, embora "o objetivo inicial não tenha sido esse", esse aparato a serviço do PMDB será "desmontado".
O Baneser foi criado em 1973 para contratar funcionários para o Banespa. A partir de 1987, no governo de Orestes Quércia, a subsidiária do banco passou a fornecer funcionários para toda a administração direta e indireta do Estado.
Um levantamento feito por funcionários do Banespa constatou que no governo Fleury o Baneser contratou, sem concurso público, ex-prefeitos, ex-vice-prefeitos, ex-deputados e vereadores.
Embora tenha anunciado a devolução ao Baneser de 1.390 funcionários "fantasmas" ligados ao gabinete da presidência do Banespa, o interventor Altino Cunha não divulgou até ontem os nomes dos envolvidos.
Esses funcionários constavam no Banespa de uma lista de pagamentos que internamente era conhecida por "Folha Zero" –à qual só tinham acesso pessoas de confiança da direção do banco. Ao todo, eram pagos cerca de R$ 10 milhões mensais.
A Folha procurou os responsáveis pela área de recursos humanos do Banespa, Adauto Durigan e Walter de Paula Pinto, mas ambos disseram que "o momento é delicado" para falar. O mesmo aconteceu no Baneser, com o gerente Sergio Larotonda.
Paulo Salvador, diretor do Sindicato dos Bancários, suspeita de que a lista contém nomes de pessoas de diversos partidos. Segundo a assessor de imprensa do gabinete, Luciano Ornelas, está havendo cuidado para não acontecer "injustiças".

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