São Paulo, domingo, 8 de janeiro de 1995
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Origem da vida é pesquisa frustrante

RICARDO BONALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O personagem mitológico Tântalo poderia ser um símbolo de algumas áreas da ciência. Ele foi condenado a um suplício eterno de nunca conseguir obter o que deseja, apesar de tê-lo à vista. Mas bastava chegar perto para o objeto de desejo ir para mais longe.
Uma dessas perguntas não respondidas, mas com respostas parciais tantalizantes, é bem antiga: como foi a origem da vida?
Já nos anos 50 foi feito um daqueles experimentos seminais, quando descargas elétricas em um meio com substâncias como gás metano, água e amônia produziram alguns aminoácidos (a "argila" da qual são feitas as proteínas, os "tijolos" do organismo).
Desde então foram se acumulando mais problemas à medida que se avançava o conhecimento sobre a evolução bioquímica. A atmosfera antiga não era tão favorável assim à vida; o material genético era muito frágil para sobreviver nesse meio; e por aí vai.
O próprio "dogma central" da biologia avançou o conhecimento mas trouxe novas dúvidas. A vida funciona porque DNA faz RNA (ácido ribonucléico) que faz proteína. Mas esse é um processo muito complexo para ter surgido assim logo de cara. Hoje uma das melhores apostas é que algum tipo de "RNA fóssil" deslanchou a vida. Amanhã poderá não ser.
(RBN)

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