São Paulo, domingo, 8 de janeiro de 1995
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Rua de Curitiba muda o perfil dos serviços prestados

JOEL SAMPAIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Desde sua inauguração, há pouco mais de três anos, a Rua 24 Horas de Curitiba mudou de perfil e perdeu algumas das lojas previstas no projeto inicial.
Planejada para ser um ponto de atendimento permanente para emergências e compras de última hora, a rua não oferece mais serviços de chaveiro, agência de turismo e videolocadora.
A rua é ocupada por 33 lojas. O valor do ponto, que no início custava o equivalente R$ 25 mil, hoje tem cotações de transferência que variam de R$ 50 mil a R$ 100 mil, dependendo da atividade.
O gerente do minimercado 24 horas, Saul Taborda Cristóvão, é um dos lojistas entusiasmados com os resultados.
Com uma equipe de dez funcionários e gastos fixos mensais de R$ 1.500 com aluguel e R$ 1 mil com energia elétrica, o minimercado alcança um faturamento mensal de R$ 50 mil.
Para Cristóvão, os custos extras do funcionamento por 24 horas são compensados por uma margem de lucro mais alta e pelo bom poder aquisitivo dos frequentadores.
A presidente da Associação dos Lojistas da 24 Horas, Lilia Santiago Caldas, afirma que o insucesso de algumas atividades se deve a "problemas empresariais" e não ao funcionamento ininterrupto.
Lilia é dona de uma ótica em Guarapuava, no interior do Estado, e há dois anos e meio abriu uma ótica 24 horas.
"A pergunta que eu mais ouvia no início era se conseguiria vender óculos na madrugada. O fato é que vendo e foi um ótimo investimento", diz.
Ela afirma que a saída de alguns serviços levou os lojistas a buscarem um acordo com a prefeitura para garantir a diversidade de ramos da rua.
Para Lea Hatschbach, gerente da Urbs, empresa da prefeitura responsável pela rua, a perda de alguns serviços não levará à transformação do local em uma área exclusivamente de alimentação.Segundo ela, não haverá a liberação de novos pontos de alimentação.
Até mesmo entre lojistas que transferiram seus pontos, como Odete Cruz, o fim do negócio não é atribuído ao tipo de atividade.
"Foi um bom investimento, não posso me queixar", afirma ela, que vendia balas e chocolates e oferecia serviços de chaveiro.
Odete teve dificuldades com o cumprimento de horário pelos funcionários e decidiu vender o ponto.

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