São Paulo, quarta-feira, 11 de janeiro de 1995 |
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Alô, Raul Seixas! Desencosta da Rita Lee!
BARBARA GANCIA
Sai da sopa da nossa pirotécnica roqueira, que esse negócio de ficar rondando os calcanhares da Ritinha é coisa de exu tranca-rua mixuruca, de quadragésima categoria. Que negócio é esse de arrombar a festa da nossa mutante? Inveja? Só porque ela vai tocar na abertura do show dos Stones e você não tocou nem na abertura do A-Ha? Que coisa mais feia, ô luz das estrelas! Que decepção! Isso lá é papel para um semideus como você, para o maluco beleza mor, para uma dona de casa nos peg-pags da vida? Tudo bem. A Rita agora deu para namorar o Guilherme Arantes. Sei que você deve ter custado a digerir o fato. Sei que deve ter encarado a união como suma traição ao rock, como o fim do meio sem princípio. Mas precisava pegar tão pesado? Lexotan com álcool é coisa séria. Nossa ovelha negra preferida não merecia, justo agora que está entrando nessa metamorfose ambulante que é a menopausa. Com ou sem Guilherme Arantes, a menopausa é uma coisa chata à beça. Mas nós todas vamos ter de passar por isso um dia, não é mesmo? Não chega a ser o fim do mundo. O fato é que Rita Lee é mais do que simplesmente "sensível". Tempos atrás, ela mesma admitiu ter ingerido 90 comprimidos de Roypinol em um só dia. Mesmo assim, quando soube que Ms. Lee tinha ido parar no hospital por overdose, pensei logo que fosse consequência do novo romance. Já imaginou ter de ouvir Guilherme Arantes ao piano entra dia, sai dia? Só depois de constatar que ela anda com fixação por você é que cheguei à conclusão de que a crise é resultado de encosto. Afinal, só encosto de um ser supremo como Raul Seixas pode produzir uma depressão dessa magnitude em mulher das mais bacanas do planeta. Deixa a Rita em paz, Raul! Texto Anterior: Teleférico cai e mata duas pessoas no PR Próximo Texto: Brazuca "ishpérta";Piloto automático; Chá de sumiço Índice |
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