São Paulo, quarta-feira, 11 de janeiro de 1995
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Petrobrás aceita setor privado na exploração

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Petrobrás, Joel Mendes Rennó, disse ontem que a empresa está pronta a examinar qualquer proposta do setor privado para projetos de exploração e produção de petróleo em sistema de parceria.
"A empresa tem absoluta segurança de que pode trabalhar em qualquer sociedade", disse Rennó. Segundo ele, a Petrobrás não discrimina áreas para a exploração em parceria. "Tudo vai depender do que seja proposto", disse.
A declaração de Rennó se enquadra no projeto do novo governo de flexibilizar, sem quebrar, o monopólio estatal do petróleo.
O presidente da Shell Brasil, Win Goebel, disse à Folha que a empresa está interessada em atuar nas áreas de petróleo e gás em parceria com a Petrobrás, "desde que o negócio seja atraente".
Goebel disse que para a Shell "é secundário" saber se o negócio se dará sob a vigência ou não do monopólio estatal do petróleo, atualmente em vigor no Brasil e que só pode ser modificado através de revisão constitucional. "O que nos importa é a atratividade do projeto."
O presidente da Shell disse que não interessam, por exemplo, negócios nos moldes dos contratos de risco assinados pelo governo com várias empresas na década de 70. Para ele, os contratos de risco, como foram feitos, "oneravam muito os contratantes".
O presidente da Petrobrás disse que o Bird (Banco Mundial) retirou a exigência de controle privado para financiar o projeto de construção de um gasoduto para a importação pelo Brasil de gás da Bolívia.
Segundo Rennó, ele se reuniu em novembro com dirigentes do Bird e do BID (Banco de Interamericano de Desenvolvimento) e a exigência anterior do Bird foi retirada. Rennó disse que agora os dois bancos estão examinando tecnicamente a viabilidade de financiar o projeto.
A empresa que fará o gasoduto tem 51% do seu capital controlado pela Petrobrás.
Rennó disse que no primeiro semestre deste ano deverá estar resolvido o esquema de financiamento para que sejam feitas as licitações da obra.

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