São Paulo, quarta-feira, 11 de janeiro de 1995 |
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A noite é de Bette Davis
JOSÉ GERALDO COUTO
A história é quase arquetípica: ela é uma solteirona oprimida pela tirania da mãe (Gladys Cooper), mas liberta-se graças à dedicação de um psiquiatra (Claude Rains), torna-se uma mulher atraente e sensual, encontra o homem de sua vida (Paul Henreid), apaixona-se. Mas ele já é casado, o amor fica na promessa. Ela se consola cuidando da filha-problema dele. Esse enredo, extraído de um romance de Oliver Higgins Pronty, parece ter sido feito sob medida para o talento dramático de Davis e sua capacidade de se transformar de feia em bonita, de chata em encantadora. Toda a história, aliás, pode ser lida como uma versão de "O Patinho Feio" ambientada na repressora Nova Inglaterra das primeiras décadas do século. Davis e Gladys Cooper foram indicadas ao Oscar, mas não levaram. Quem levou foi Max Steiner, pela envolvente trilha sonora. Duas cenas são antológicas: aquela em que Henreid acende dois cigarros ao mesmo tempo (e passa um à amada), e a última fala do filme, dita por Davis e transformada quase num bordão romântico. Não convém citá-la aqui. Há ainda uma passagem curiosa para o espectador brasileiro: no cruzeiro que fazem pelo Atlântico, os dois enamorados passam pelo Rio de Janeiro, onde tomam um táxi dirigido por um motorista português. (JGC) Texto Anterior: Matei a TV e fui catar piolho em grama! Próximo Texto: Empresário quer fazer Rock In Rio em 96 Índice |
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