São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 1995
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Jantar marca restrição dos ruralistas a Andrade Vieira

CARI RODRIGUES; DANIEL BRAMATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O banqueiro José Eduardo de Andrade Vieira, 57, ainda não foi assimilado pelo setor rural como ministro da Agricultura.
Na noite de anteontem, a Confederação Nacional da Agricultura ofereceu jantar ao ministro no restaurante La Vecchia Cucina, um dos mais badalados de Brasília.
No jantar, marcado para contornar as críticas do setor rural à nomeação de Vieira, os empresários deixaram escapar frases que demonstram suas perspectivas em relação ao ministro. Estiveram presentes 25 presidentes de federações agrícolas e deputados ligados ao setor.
"Ele é a santíssima trindade", disse o presidente da CNA, Antônio de Salvo, sobre o ministro. Para ele, o ministro é antes de tudo um banqueiro. Só depois representa o político e, então, o agricultor.
Andrade Vieira, presidente licenciado do PTB, é um dos donos do banco Bamerindus.
"Acho que o ministro terá de abdicar da figura de banqueiro para ser o porta-voz da agricultura", afirmou Salvo.
Os ruralistas acreditam que o lobby dos bancos contribui para a manutenção da TR (Taxa Referencial) como indexador dos financiamentos. "Os bancos têm problemas com o setor agrícola", disse Salvo.
O vice-presidente da Federação da Agricultura de Goiás, Antenor Nogueira, dizia em tom de brincadeira que o ministro poderia ser o interlocutor dos produtores junto à Federação Brasileira dos Bancos. Vieira afirmou que a extinção da TR para os financiamentos agrícolas é um compromisso do governo.

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