São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PMDB critica ações do governo

DA REPORTAGEM LOCAL

As primeiras medidas tomadas por Mário Covas podem inviabilizar um acordo do governo com o PMDB na Assembléia Legislativa.
A bancada peemedebista se reuniu ontem para discutir os primeiros atos da nova administração estadual.
Os deputados contestam o fim de 638 escolas-padrão –criadas pelo governo de Luiz Antonio Fleury Filho (PMDB)– e a extinção dos escritórios regionais da Secretaria Estadual de Saúde.
Segundo o atual líder do PMDB na Assembléia, Milton Casquel Monti, a bancada também rejeita a negociação feita pelo secretário da Casa Civil de Covas, Róbson Marinho, com os peemedebistas.
Marinho tem procurado os deputados do partido individualmente, tentando fechar acordos que possibilitem ao governo ter maioria na Casa. Essa iniciativa se opõe ao discurso de Covas. Ele tem dito que as negociações devem se dar diretamente com os partidos.
O PMDB tem o maior número de cadeiras da Assembléia (23). Isso praticamente obriga o governo a buscar o apoio do partido. Juntos, o PSDB e o PFL, que se coligou aos tucanos, têm 22 deputados.
Para Monti, essas ações do governo vão "dificultar" a aproximação do PMDB com o Palácio dos Bandeirantes.
Segundo ele, a bancada peemedebista "não está rachada" e não vai aceitar "uma cooptação individualizada" de seus integrantes. "As tentativas do secretário não vão ter sucesso", afirma.
A Executiva do PMDB deve se reunir ainda este mês para discutir que posição tomar em relação ao governo Covas.
O partido decidiu ainda defender uma convocação da Assembléia para a segunda quinzena de janeiro. Eles querem votar o projeto de privatizações elaborado pelo governo Fleury.
A proposta estabelece parcerias entre a iniciativa privada e o governo. As empresas seriam concessioárias para explorar serviços públicos, como estradas, em troca de investimentos.
O PMDB quer aproveitar que os deputados eleitos só tomarão posse no dia 15 de março. Eles querem fazer valer as alianças feitas por Fleury para aprovar o projeto.
O partido também defende a criação de uma comissão interna da Assembléia para acompanhar a intervenção no Banespa.

Texto Anterior: Aumentam as críticas a Covas dentro do PSDB
Próximo Texto: Feldmann apóia presidente da Cetesb
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.