São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 1995
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Chuva deixa Curitiba em calamidade

MÔNICA SANTANNA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O prefeito de Curitiba (PR), Rafael Greca (PDT), decretou ontem estado de calamidade pública no município devido às chuvas dos últimos três dias.
Greca informou que o número de desabrigados subiu de 800 para 2.000 em Curitiba e os prejuízos atingiram o valor de R$ 30 milhões com a destruição de obras públicas e de saneamento.
Em Curitiba, o hospital Geral do Portão, que fica no bairro do Portão (região sul da cidade), teve o centro cirúrgico invadido pelas águas na tarde de anteontem.
Segundo os bombeiros, o centro ficou com quase um metro de água, que começou a ser escoada.
Segundo funcionários, 30 cirurgias foram canceladas e os pacientes que estavam internados, transferidos para outros hospitais.
A direção ainda não sabe quando o hospital será reaberto.
Em Pinhais e São José dos Pinhais (região metropolitana) o número de desabrigados é estável. A Defesa Civil diz que 5.000 pessoas estão em 12 abrigos públicos.
Vários bairros dos dois municípios estavam sendo abastecidos com água de caminhões-pipas devido ao rompimento de duas adutoras das estações de tratamento da Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná).
O risco de 70% da população de Curitiba ficar sem água ainda permanecia, já que as águas ameaçavam inundar a estação de tratamento do Iguaçu.
O governador do Paraná, Jaime Lerner (PDT), 57, deve viajar hoje a Brasília para entregar um relatório sobre as enchentes em Curitiba e região metropolitana ao ministro do Planejamento, José Serra.
"Vamos mostrar ao governo a necessidade de recursos", afirmou o governador. Ele deverá pedir R$ 20 milhões ao ministro.
Os bairros Jardim Weisópolis e Jardim Independência, na região metropolitana, estão parcialmente submersos pelas águas dos rios Iguaçu e Iraí.
Os rios subiram 3 m acima do nível normal, segundo a Defesa Civil, deixando à mostra apenas os telhados das casas.
Cinco pontes de concreto que fazem a ligação entre Curitiba e Pinhais e São José dos Pinhais também ficaram sob as águas.
O acesso a São José estava sendo feito pela BR-277, que liga Curitiba ao litoral, de forma precária. A rodovia também foi atingida pela enchente e o trânsito estava liberado apenas em meia pista.

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