São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 1995
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Prefeitura fecha Playcenter após acidente

ANTONIO ROCHA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Contru (Departamento de Controle e Uso de Imóveis) decidiu fechar o Playcenter, na Barra Funda (zona norte de São Paulo), a partir de hoje, para vistoriar as condições de segurança de brinquedos e instalações do parque.
A decisão foi anunciada ontem pelo diretor do Contru, Carlos Alberto Venturelli, 49, durante vistoria do órgão no Playcenter.
A vistoria foi motivada pelo acidente sofrido anteontem por Renan Eduardo de Carvalho Pereira, 11. Ele fraturou o crânio e o fêmur direito ao cair do "Space Loop", um novo brinquedo importado da Itália, inaugurado há 20 dias.
O diretor do Contru disse que o parque só volta a funcionar depois que os técnicos fizerem uma vistoria completa e atestarem que não há riscos. O Playcenter terá que apresentar ainda um laudo técnico comprovando que o local é seguro.
O Playcenter divulgou um comunicado em que diz ter decidido fechar o parque hoje em comum acordo com a prefeitura para facilitar os trabalhos de vistoria e que o local volta a funcionar amanhã.
Para fechar o parque, a prefeitura teve que cassar, segundo Venturelli, uma licença de funcionamento concedida em março de 94.
"Foi instalado esse novo brinquedo, o que muda toda a configuração do parque", afirmou. A cassação deve ser publicada no "Diário Oficial" de hoje.
O Contru pretende avaliar as condições de segurança de 21 brinquedos, considerados de maior risco. Seis foram vistoriados ontem: Viking, Enterprise, Tornado, Super Jet, Teleférico e Polvo.
Destes, apenas o Polvo foi considerado inseguro e foi interditado. Segundo Venturelli, o cinto de segurança destrava facilmente.
O "Space Loop", de onde Renan caiu, não pôde ser analisado pelo Contru porque está interditado, sob custódia da Polícia Técnica, que deve fazer a perícia hoje.
O diretor do Contru afirmou que "em uma aferição superficial", os técnicos descobriram que há uma folga de cerca de 10 cm entre a trava de segurança individual e a trava coletiva do brinquedo. "Se a pessoa abre a trava interna, sobra espaço para passar por baixo".
Até as 17h de ontem, tinham visitado o parque menos de 2.000 pessoas. O número normal de visitantes seria de 7.000.
"Estou evitando os brinquedos que parecem mais perigosos", disse João Pessoa, quando entrava no Viking, com a filha Juliana, 9.
Ontem, o estado de Renan era estável e ele estava consciente, segundo boletim médico do Hospital Metropolitano (zona oeste).

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