São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 1995
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Ministro quer implantar exame unificado em 95

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, 49, disse ontem que quer implantar ainda este ano um sistema alternativo ao vestibular para o ingresso à universidade.
A idéia é ter um exame nacional unificado ao fim do 2º grau. Deve ser duplamente opcional: só prestam exame os estudantes que querem e o resultado só é reconhecido pelas instituições que aderirem ao novo sistema de seleção.
Souza havia anunciado em sua posse, dia 2 de janeiro, a intenção de criar alternativas ao vestibular. Agora afirma que vai tentar implantar o novo sistema ainda este ano. "É difícil que todo o país já tenha isso em 95. Mas pode-se começar por dois ou três Estados e ampliar-se paulatinamente", disse.
A intenção, segundo ele, é melhorar a qualidade do 2º grau. A avaliação unificada dos alunos vai resultar também em uma avaliação homogênea das escolas.
O Ministério da Educação não vai aplicar as provas. Isso ficaria a cargo de instituições que fazem concursos e vestibulares hoje.
Uma das instituições citadas por Souza é a Fundação Carlos Chagas, em São Paulo.
Bernadete Gatti, diretora do Departamento de Pesquisas Educacionais da Carlos Chagas, acha difícil introduzir as mudanças até o final deste ano.
"Faltam informações no país para se fazer provas que equilibram questões difíceis e fáceis de uma maneira estatística. Se for para fazer algo igual ao vestibular é melhor não fazer", disse ela.
Outra instituição com que o ministro conta é a Fundação Cesgranrio, do Rio de Janeiro. Seu presidente, Carlos Alberto Serpa, 52, diz que a Cesgranrio concorda em começar em 95 os exames.
Através da Cesgranrio, 300 estudantes estão entrando neste ano em instituições de ensino superior sem vestibular. Eles estão entre 2.000 alunos que fizeram exames ao final de cada semestre durante os três anos do 2º grau.
A UnB (Universidade de Brasília) pretende começar uma experiência semelhante, com avaliação de estudantes de 2º grau ao final de cada ano. A novidade é que a UnB é pública e serão avaliados candidatos de escolas públicas.
Na experiência da Cesgranrio, as 200 escolas de 2º grau e as 30 instituições de ensino superior eram particulares, exceto dois colégios militares.

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