São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

USP quer acabar com jogo de futebol no campus

ROGERIO WASSERMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito da Cidade Universitária, Antônio Rodrigues Martins, 54, disse ontem que o lazer na USP (Universidade de São Paulo) deve ser apenas "contemplativo".
Para Martins, atividades como o futebol não devem ser praticadas dentro do campus, pois além de estragar os jardins, as bolas quebram vidraças.
Os portões da USP ficarão fechados nos fins-de-semana para visitação por pelo menos seis meses, a partir das 14h do próximo sábado.
A prefeitura e a reitoria da USP alegam que o campus não está preparado para as 80 mil pessoas que circulam por lá a cada domingo de sol.
Segundo Martins, neste período serão realizadas obras de reforma no campus que não poderiam ser feitas sem a restrição da entrada do público nos fins-de-semana.
Villa Lobos
"Enquanto a USP estiver fechada, os frequentadores devem se redistribuir pelos parques da cidade, como o Villa Lobos ou o Ibirapuera", afirma Martins.
Todos os domingos, dezenas de pessoas utilizam o gramado da Praça do Relógio, no centro da Cidade Universitária, como campo de futebol.
Martins diz que, a cada segunda-feira, a prefeitura do campus tem que trocar cerca de 20 vidraças quebradas da Escola de Comunicação e Artes, localizada ao lado da praça.
"Após a reabertura, esperamos que a USP possa ser usada por menos gente", disse Martins. Ele afirma que a USP pretende diminuir para cerca de 20 mil o número de frequentadores aos domingos.
Convênio
A direção do Banco Real tem hoje uma reunião com Martins para definir um esquema de convênio para a realização das obras dentro do campus da USP.
O projeto incluía uma série de atividades esportivas e culturais, como shows e competições. Após a implantação do 'USP-Comunidade', o número de frequentadores dobrou aos domingos.
Segundo Paulo César Dias, 48, diretor regional do banco, o Real não foi consultado sobre o fechamento dos portões da universidade.
"Não acho que seria necessário uma consulta, porque a universidade tem autonomia para tomar decisões", afirmou Dias.
O Real não considera que o fechamento do campus neste período vá afetar negativamente a imagem do banco.

Texto Anterior: Sequestro de bebê foi motivado por aborto; Hotéis de Copacabana tiram mendigo da rua; Prefeito vai tornar cinto obrigatório em ônibus; Caminhão desgovernado mata mulher e 2 filhos
Próximo Texto: Moradora quer que córregos sejam limpos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.