São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 1995![]() |
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Supermercado aceita cheque pré-datado
MÁRCIA DE CHIARA
Com isso, querem aproveitar a preferência do consumidor pelo pagamento parcelado, constatada no comércio em geral. A média diária de consultas ao SPC, indicador dos negócios a prazo, por exemplo, cresceu 41% entre os dias 2 e 9 de janeiro sobre o mesmo período de 94. Já as vendas à vista, medidas pelo Telecheque, caíram 18% no mesmo período, segundo a Associação Comercial de São Paulo. "Sentimos que o cheque pré-datado é uma tendência, com a aceitação cada vez maior pelos postos de gasolina e as lojas", diz Ralph Nassar, sócio da rede Mambo. Desde segunda-feira, suas oito lojas passaram a aceitar o cheque pré-datado. Para compras acima de R$ 40, o cheque é descontado depois de 10 dias. Clientes antigos, cadastrados na empresa, têm 20 dias de prazo, se gastarem entre R$ 80 e R$ 160; nas compras acima de R$ 160, o cheque cai depois de um mês. O objetivo, diz Nassar, é aumentar 30% as vendas em janeiro sobre o mesmo mês do ano passado, revertendo a queda de 20% registrada na primeira semana de 95. Depois de suspender os negócios com cartão de crédito, a empresa optou pelo pré-datado. Motivo: a taxa cobrada pelas administradoras de cartão teve alta expressiva. "Hoje conseguimos depositar os cheques pré-datados em dois bancos, com uma taxa de desconto que equivale a 50% da cobrada pelas administradoras", diz Nassar. O Cândia é outra rede de supermercado que, desde do começo da semana, aderiu ao pré-datado e passou a aceitar o tíquete alimentação. Nas compras acima de R$ 50 efetuadas nesta semana, o cheque é descontado em 30 de janeiro. "Com essas formas de pagamento, conseguimos girar mais rapidamente as mercadorias e aumentar 20% as vendas do mês sobre as de dezembro", diz Flávio Escobar, diretor de marketing. Na primeira semana janeiro, o Cândia faturou 15% menos em relação ao mês passado. Férias Para Firmino Rodrigues Alves, presidente da Associação Paulista de Supermercados, a aceitação do pré-datado pelos supermercados indica que o movimento está muito fraco nas lojas. Segundo ele, a queda se deve às férias escolares. Pelo mesmo motivo, os pequenos supermercados tiveram, no último final de semana, o primeiro após o pagamento do salário, um movimento 15% abaixo de um sábado normal, afirma Wilson Tanaka, presidente do Sincovaga, que representa o setor. Texto Anterior: A ciência, o Brasil e a mentira Próximo Texto: Indústrias elevam taxas de juros Índice |
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