São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 1995
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Presidente assume o controle dos combates

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente Boris Ieltsin decidiu assumir controle sobre o Estado-Maior das Forças Armadas russas. Até agora, ele estava subordinado ao Ministério da Defesa.
A perda de controle do Ministério da Defesa sobre o Estado-Maior é uma represália de Ieltsin contra o ministro Pavel Gratchev, responsabilizado pelo impasse na guerra tchetchena.
Gratchev havia garantido que a campanha na Tchetchênia seria rápida e as vítimas, poucas.
Segundo o jornal espanhol "El País", Ieltsin, Gratchev e o último ministro da Defesa da União Soviética, marechal Evgueni Chapochnikov, são os principais responsáveis pelo abandono em 1992 de arsenais soviéticos nas mãos dos tchetchenos.
Essas armas, deixadas na região após o desmantelamento da URSS, são usadas hoje contra os soldados russos.
A câmara baixa do Parlamento russo reuniu-se para discutir a guerra. A oposição liberal tentou aprovar leis que restringem poderes da Presidência de enviar tropas dentro da própria Rússia.
A votação foi bloqueada por deputados comunistas e nacionalistas, entre eles Vladimir Jirinovski.
Alguns deputados criticaram a ação de Ieltsin na região.
"Sou um dos que levaram o presidente ao poder. Mas o presidente traiu nossa democracia", disse o padre Gleb Iakunin, um deputado liberal que segurava uma Bíblia.
Já outros parlamentares apoiaram a ação de Ieltsin: "Deixem o Exército agir livremente... deveria haver uma censura total a imprensa (na Tchetchênia)", disse o nacionalista Alexander Nevzorov, um ex-jornalista de televisão.
Assessores de Ieltsin negaram que o presidente esteja doente.
O jornalista Andrei Karaulov havia dito que Ieltsin tinha problemas circulatórios no cérebro, que provocavam perdas de memória e mudanças repentinas de humor.

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