São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 1995
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Cumbica faz 10 anos e transporta 66 mi

SIMONE GALIB
DA REPORTAGEM LOCAL

O Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos completa este mês dez anos. Inaugurado em 20 de janeiro de 1985 sob críticas e muita polêmica, Cumbica –como é chamado pelos paulistanos– supera parte de seus problemas, se expande e fecha uma década como o maior aeroporto da América do Sul em tráfego aéreo.
Transportou desde a sua inauguração 66 milhões de pessoas. Só em 94 foram mais de 9 milhões, o que o coloca entre os cem maiores do mundo em transporte.
O aeroporto de São Paulo interliga a metrópole a 36 países, 57 cidades estrangeiras e 48 brasileiras, por meio de 32 companhias aéreas regulares e quatro não-regulares.
Mas nem tudo foi festa na trajetória desse aeroporto onde hoje circulam mais de 100 mil pessoas por dia, quase a população inteira de Barretos, no interior do Estado.
Ele já nasceu rejeitado. A sua localização –em Cumbica, Guarulhos, área sujeita a frequentes nevoeiros– provocou na época duras críticas das associações de pilotos e comissários de bordo.
O fechamento por falta de condições meteorológicas era o principal problema apontado pelos aeronautas, que não foram consultados quando o Ministério da Aeronáutica resolveu construí-lo em 1980.
Para os passageiros dos vôos domésticos habituados ao aeroporto de Congonhas –na zona sul da cidade, a cerca de 15 minutos do centro–, a distância de Cumbica, a 25 km, também gerava críticas.
Os fechamentos por falta de visibilidade eram constantes. Atrasos e remanejamentos de vôos infernizavam a vida dos passageiros.
Houve acidentes, alguns graves. Em 28 de janeiro de 1986, um Boeing da Vasp se chocou contra um barranco. Uma pessoa morreu e outras 17 ficaram feridas. Dois dias depois, um Boeing da Transbrasil com 180 passageiros interrompeu o pouso para não se chocar com um avião da Varig.
Cumbica foi superando seus problemas. Hoje, instrumentos garantem pousos e decolagens com pouca visibilidade. Em 85, ficou fechado 135 horas. Em 93, o índice caiu para 33 horas. A população se acostumou com a distância. Os serviços se sofisticaram. A área para passageiros, estrangulada em 91, se ampliou com a conclusão do terminal 2, em julho de 93.
Hoje, o Aeroporto Internacional de São Paulo faz jus à grandiosidade da metrópole. Tem capacidade para embarcar e desembarcar 15 milhões de passageiros/ano e fôlego para suportar o tráfego aéreo até o ano 2000.

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