São Paulo, domingo, 15 de janeiro de 1995
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"Tenentistas" se articulam

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O PMDB já conta até com um "movimento tenentista" para tentar disputar o poder no PMDB.
Como ele pretende se articular livre de Quércia e Fleury, está sendo chamado de "tenentismo" pelos seus próprios integrantes, referência ao movimento militar ocorrido entre 1922 e 1924, que se opunha às oligarquias do país.
Para o líder do grupo, deputado estadual Mauro Bragato, há uma "vontade enorme" de renovação na base do PMDB. "Ou se renova ou teremos dificuldades de voltar a ser um partido grande em São Paulo". Renovar, segundo Bragato, é procurar alternativas aos políticos que "levaram o partido a derrotas fragorosas".
Bragato lidera o movimento, chamado "Ulysses Guimarães", cujo objetivo é a disputa de poder com os chamados "caciques" do partido. Embora pequeno, o grupo quer disputar a convenção estadual do PMDB. O fortalecimento do grupo depende muito do êxito de Bragato na disputa pela presidência da Assembléia Legislativa.
Pelo menos em um ponto quercistas e fleuryzistas concordam. Os sucessivos tropeços do PMDB provocarão mudanças significativas no partido em São Paulo.
"O fato de não ser mais governo vai permitir uma influência menor dos caciques na base do partido", afirma o deputado estadual João Leiva, quercista, vice-presidente do PMDB paulista.
O deputado estadual Arnaldo Jardim, fleuryzista, acha que o PMDB paulista terá de se reestruturar a partir de suas próprias derrotas. "Precisamos viver processo profundo de reformulação", diz.
(EN)

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