São Paulo, domingo, 15 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Avalie a melhor forma de pagamento

VERA BUENO DE AZEVEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com moeda estável e inflação baixa, em torno de 2% ao mês, o consumidor deve avaliar com cuidado qual a melhor forma de pagamento de suas despesas (compras e dívidas em geral).
A primeira providência é evitar qualquer tipo de atraso na quitação das contas. Embora o valor em reais possa parecer pequeno, as multas costumam ser elevadas (geralmente de 10%).
Suponha uma mensalidade de R$ 200,00. Perder seu prazo de pagamento representa despender apenas R$ 20,00 a mais. Na verdade, você estará pagando por esse atraso 10% de encargos.
Os parcelamentos que embutem juros também costumam ser desvantajosos. As taxas praticadas pelas lojas, financeiras e bancos estão muito altas e superam os ganhos obtidos com as aplicações tradicionais, como fundos de renda fixa e caderneta de poupança.
Tome como exemplo um anúncio de jornal, onde uma loja oferece uma televisão por R$ 659,00 à vista ou em três prestações de R$ 242,71, o que dá um total a prazo de R$ 728,13. A diferença não parece grande: R$ 69,13.
Entretanto, considerando que a parcela inicial é paga no ato da compra, você está financiando, na verdade, R$ 416,29 (resultado do preço à vista menos a primeira prestação), pelos quais pagará R$ 485,42 (soma das duas prestações seguintes).
Significa que, optando pelo financiamento, você vai arcar com uma taxa de juros de nada menos que 11% ao mês.
Por outro lado, sempre que não houver diferença preço entre o pagamento à vista e o parcelado, o segundo será mais vantajoso. Investindo o valor correspondente às prestações em uma aplicação financeira, a vantagem será ainda maior.
O cartão de crédito é outro bom instrumento para adiar o pagamento de suas compras (veja quadro ao lado). Desde que não haja acréscimo no preço à vista.
Algumas lojas só aceitam cartão se o valor da compra for superior a um determinado teto (R$ 50,00, por exemplo). Cuidado para não gastar mais que o necessário só para usar o cartão.
Finalmente, evite entrar no saldo negativo do cheque especial. Assim como no crediário, os juros cobrados pelos bancos estão muito altos. Na semana passada, variavam entre 8,40% e 16% ao mês.

Texto Anterior: Como sair da "lista negra"
Próximo Texto: Confira o reajuste de janeiro
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.