São Paulo, domingo, 15 de janeiro de 1995 |
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Uma arte
ELIZABETH BISHOP
A arte de perder não tarda aprender. Pratica perder mais rápido mil coisas mais: lugares, nomes, onde pensaste de férias ir. Nenhuma perda trará desastre. Perdi o relógio de minha mãe. A última, ou a penúltima, de minhas casas queridas foi-se. Não tarda aprender, a arte de perder. Perdi duas cidades, eram deliciosas. E, pior, alguns reinos que tive, dois rios, um continente. Sinto sua falta, nenhum desastre. –Mesmo perder-te a ti (a voz que ria, um ente amado), mentir não posso. É evidente: a arte de perder muito não tarda aprender, embora a perda –escreva tudo!– lembre desastre. Tradução de HORÁCIO COSTA One art The art of losing isn't hard to master; so many things seem filled with the intent to be lost that their loss is no disaster. Lose something every day. Accept the fluster of lost door keys, the hour badly spent. The art of losing isn't hard to master. Then practice losing farther, losing faster: places, and names, and where it was you meant to travel. None of these will bring disaster. I lost my mother's watch. And look! my last, or next-to-last, of three loved houses went. The art of losing isn't hard to master. I lost two cities, lovely ones. And, vaster, some realms I owned, two rivers, a continent. I miss them, but it wasn't a disaster. –Even losing you (the joking voice, a gesture I love) I shan't have lied. It's evident the art of losing's not too hard to master though it may look like (Write it!) like disaster. (De: "Complete Poems, 1927-1979) Texto Anterior: O amante Próximo Texto: Mais agradáveis aventuras Índice |
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