São Paulo, domingo, 15 de janeiro de 1995
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Falta bom senso ao programa

RICARDO BONALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Projetos como a Iniciativa de Defesa Estratégica, ganham dinâmica própria e escapam do bom senso político e mesmo militar.
O primeiro problema é o fato de armas contra mísseis balísticos violarem um tratado que proíbe exatamente esse tipo de arma.
Isso era mais perigoso quando havia uma União Soviética. Era ideal para criar uma corrida armamentista entre as superpotências.
Agora, o novo risco para os planejadores americanos são mísseis balísticos no Terceiro Mundo. O bombardeio da Arábia Saudita e de Israel com mísseis Scud pelos iraquianos forneceu um bom argumento para continuar programas como o do laser Alfa, ou de armas como as "de energia cinética" (petardos que destruiriam o míssil pelo impacto).
O programa precisa ainda de radares excelentes. Para abater um alvo é preciso antes achá-lo.
Os militares dos EUA dizem que muitos dos Scud foram abatidos por mísseis Patriot. Analistas independentes questionam esses dados. Tentar localizar e abater um míssil mais moderno com um raio laser seria dificílimo e o custo altíssimo. Há analistas que reclamam que projetos glamourosos como o do laser roubam verba que seria mais útil se usada de modo mais mundano –treinando os soldados ou comprando-lhes munição.

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