São Paulo, domingo, 15 de janeiro de 1995
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Tendência alarma grupos de direitos humanos

DANIELA ROCHA
DE NOVA YORK

Grupos de pesquisa ligados aos direitos humanos dos EUA estão alarmados com o crescimento das milícias. "Estimamos que há cerca de 350 mil pessoas de 36 Estados norte-americanos ligadas às milícias e a grupos extremistas", afirma Michael Reynolds, coordenador de pesquisas do The Southern Poverty Law Center, de Montgomery (Alabama).
O instituto listou 16 nomes de chefes de milícias que pregam ideais racistas ou têm alguma ligação com grupos extremistas brancos. Entre os nomes está o fundador da Milícia de Michigan, Ray Southwell.
O Law Center diz que há alguns meses Southwell se encontrou com Bobby Norton, diretor do grupo racista Nação Ariana do Sul.
Segundo o pesquisador que estuda milícias Chip Berlet, do Political Research Associates, em Cambridge (Massachusetts), existem vários tipos de milícias e o movimento de Michigan é baseado na crítica ao governo.
Existem, segundo ele, grupos extremistas arianos que pregam a supremacia dos brancos, militantes negros, terroristas, anarquistas e outros movimentos nos EUA.
"Na Milícia de Michigan existe um tipo de paranóia sobre uma conspiração do governo ou das elites, que teriam um plano apocalíptico de tomar o poder. Para eles, o mundo dividide-se entre 'nós e eles"', afirmou.
Berlet discorda que a Milícia de Michigan tenha ligação com grupos de supremacia ariana. "Isso até favorece a ampliação do movimento", disse.
Segundo ele, existe um crescente número de pessoas em todo o país promovendo teorias conspiratórias em publicações, palestras e entrevistas a rádios.
"Essas teorias são muito atrativas na superfície e entretêm o público, mas servem para dissuadir as pessoas de uma discussão e uma análise mais séria e profunda sobre a atitude do governo, a política internacional e as liberdades civis", disse Berlet.
(DR)

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