São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 1995
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75% apóiam fim do fumo em restaurantes

DA REPORTAGEM LOCAL

Três entre cada quatro paulistanos apóiam o projeto da Prefeitura de São Paulo de proibir o fumo em bares e restaurantes da cidade.
Pesquisa Datafolha realizada ontem entre 1.975 moradores, estratificados segundo sexo e idade, constatou um apoio majoritário à idéia mesmo entre os fumantes.
Três entre cada dez paulistanos se declararam fumantes. Desses, 61% afirmaram ser favoráveis à proibição do fumo em bares e restaurantes, contra 31% que rejeitaram a idéia e 8% que se mostraram indiferentes.
Quando o Datafolha quis saber a opinião apenas dos fumantes que frequentam bares e restaurantes, a adesão ao projeto da prefeitura caiu um pouco, mas não muito: 57% se declararam favoráveis e 35% contra a proibição do fumo.
Entre os não-fumantes que frequentam bares e restaurantes, o apoio ao projeto municipal é, naturalmente, bem maior: 81% desses paulistanos são favoráveis e apenas 14% são contra a proibição do fumo (veja quadro ao lado).
Segundo a pesquisa, 67% dos paulistanos costumam almoçar ou jantar em restaurantes, bares ou lanchonetes.
O apoio ao projeto da prefeitura quase não varia em relação ao grau de escolaridade ou da renda familiar dos entrevistados.
Entre os que ganham até cinco salários mínimos mensais a aprovação é de 77%, caindo para 74% entre os que recebem mais de dez mínimos.
A única alteração significativa ocorre quando se cruza os dados com o partido de preferência dos entrevistados.
Os petistas (69%) são os que menos aprovam o projeto malufista, contra 81% dos simpatizantes do PPR, o partido do prefeito, que apóiam a idéia.
O Datafolha também perguntou aos entrevistados a opinião deles sobre a idéia de se restringir as propagandas de cigarro na televisão: 40% dos paulistanos afirmaram apoiar a proibição total desse tipo de publicidade.
O prefeito Paulo Maluf deve enviar na próxima segunda-feira à Câmara o projeto de lei que estabelece a proibição do fumo em bares e restaurantes.
O projeto seria enviado na última terça, mas Maluf, segundo a sua assessoria, não gostou do texto do projeto e pediu que ele fosse reformulado.
Antes de se decidir pelo projeto, Maluf encomendou à Secretaria Municipal do Planejamento um levantamento sobre o impacto da medida entre os paulistanos.
A pesquisa da prefeitura, que teria ouvido mais de 100 mil pessoas, chegou a resultados muito semelhantes aos obtidos pelo Datafolha: 75% dos paulistanos favoráveis à proibição, 18% contra e 7% indiferentes.

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