São Paulo, sexta-feira, 20 de janeiro de 1995
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Governo negocia Orçamento para salvar medida

MÔNICA IZAGUIRRE; SILVANA QUAGLIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A reação contrária aos cortes orçamentários de US$ 7 bilhões começou antes mesmo deles serem anunciados oficialmente, no início da noite de ontem.
Os cortes quase impediram a aprovação da MP (medida provisória) dos impostos na noite de anteontem. Para evitar que a votação fosse obstruída, foi preciso que o ministro José Serra (Planejamento) se comprometesse a discutir com o Congresso a próxima etapa dos ajustes no Orçamento.
O compromisso de Serra foi acertado numa reunião com o presidente da Comissão de Orçamento do Congresso, deputado Humberto Souto (PFL-MG).
O encontro, de mais de uma hora, ocorreu no Ministério do Planejamento, durante a sessão do Congresso que discutia a MP.
Numa espécie de operação-socorro, Souto foi orientado pelo PFL a sair da sessão, mediar o conflito em torno dos vetos e, com isso, salvar a medida.
Foi preciso ainda que o próprio Serra telefonesse a algumas lideranças, entre elas a do PDT, para evitar que houvesse obstrução.
A revolta dos parlamentares aumentou sobretudo depois que os vetos foram anunciados pelo "Jornal Nacional", da TV Globo.
A confirmação dos vetos para a imprensa, um dia antes de eles serem oficializados, foi tomada como afronta ao Congresso. "Houve uma rebelião", confirma Souto.
Segundo ele, para que o Congresso participe da próxima etapa do ajuste, ele será encaminhado através de projeto de lei. Além disso, Serra se colocou à disposição para, mesmo antes de enviar o projeto, discutir suas diretrizes.
(Mônica Izaguirre e Silvana Quaglio)

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