São Paulo, sexta-feira, 20 de janeiro de 1995
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Balconista é preso e confessa abuso de meninos na zona norte de SP

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia de São Paulo prendeu anteontem à noite o balconista Gilmar Andrade Viana, 25, acusado de abusar sexualmente de três garotos, de 10, 11 e 12 anos. Na casa dele, a polícia encontrou 84 fichas com nomes de meninos.
Ele confessou que bolinava meninos, mas negou ter feito sexo anal com eles.
As fichas, manuscritas, continham as datas de quando os meninos visitavam a sua casa, que fica no Parque Vitória (zona norte). Também foram encontradas revistas pornográficas.
"Conhecia os meninos enquanto andava de bicicleta pelo bairro e convidava eles para ir na minha casa. Lá acontecia essas coisas. Eu sei que é errado, mas não consigo controlar", disse Viana à Folha.
A polícia foi chamada pelas mães das vítimas. "Meus filhos estavam estranhos. Nem queriam sair de casa", diz a atendente de enfermagem Maria da Penha Pires Lopes, 31, mãe de duas vítimas.
T.R.L., 11, conta que conheceu Viana há dois meses enquanto andava de bicicleta no bairro. Segundo ele, o balconista dizia se chamar Glauber e afirmava ser professor de ciências.
"Ele me chamou para ir a sua casa. Lá pediu que assinasse uma ficha e depois que tirasse a roupa. Não queria. Mas ele disse que iria matar minha mãe e meus irmãos."
O irmão de T.R.L., R.A.L., 12, também diz ter sido ameaçado por Viana. "Comecei a desconfiar que ele não era professor de ciências, mas tinha medo de que ele matasse minha família."
Viana nega ter abusado sexualmente dos 84 meninos da lista. "Só com uns dez é que tinha aquele tipo de intimidade."
Segundo o delegado de plantão do 39º DP, Antonio Carlos Padilha, 32, Viana já tinha sido condenado a dois anos de prisão por abuso de menores e estava sendo procurado.
Em janeiro do ano passado, o bancário Paulo Sérgio do Espírito Santo foi preso acusado de abusar de 230 garotos. Ele também matinha um arquivo com os nomes dos meninos. Espírito Santo foi condenado a 17 anos de prisão mas recorreu da sentença. Ele está preso e aguarda um novo julgamento, que ainda não foi marcado.

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