São Paulo, sexta-feira, 20 de janeiro de 1995
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Brasileiros mortos no Japão já são 6

ULISSES DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BASTOS

Mais três brasileiros mortos no terremoto no Japão foram reconhecidos ontem. Até o momento, são seis brasileiros com morte confirmada.
Os mortos são Aparecida Esteves de Oliveira da Silva, 33, o filho Wellington Mitsui Esteves da Silva, 4, e Cleuza Longo da Silva. Eles estavam em Kobe.
Aparecida e seu filho eram de Bastos, cidade do noroeste paulista (a 557 km de São Paulo).
Eles estavam havia 28 dias no Japão. Aparecida trabalhava com o marido, Sidney Mitsuyuki Antunes da Silva, 34, na indústria Itagobio, que produz embalagens térmicas para refeição.
A notícia da morte foi transmitida ontem por Sidney aos parentes da Aparecida. Ele relatou que encontrou apenas os escombros da sua casa, em Kobe, quando chegou do emprego.
Ele trabalha na indústria Itagobio, que produz embalagens térmicas para refeição.
A sua mulher trabalhava na mesma empresa, mas durante o dia. No momento do terremoto, ela estava em casa com o filho e outros parentes que foram trabalhar no Japão.
A decisão de trabalhar no Japão foi tomada depois de muita insistência de Aparecida, segundo disse o irmão Ademir Esteves de Oliveira, 35.
"Ela afirmava que queria ganhar dinheiro para ajudar a minha família." Aparecida era a mais velha de uma família de seis irmãos. Os pais moram em Rinópolis, onde possuem uma chácara.
Aparecida trocou o emprego de 12 anos na Tecelagem Bratac, em Bastos, por uma nova vida no Japão. Ela escreveu uma única carta ao irmão, que a recebeu anteontem.
Ademir de Oliveira disse que a irmã demonstrou estar muito feliz no país onde deveria ficar por dois anos. "Escreveu que receberia o primeiro salário em fevereiro e que poderia, a partir dessa data, começar a ajudar a família", afirmou.
Cleuza Longo da Silva, casada com um irmão de Sidney, também morreu. Ela morava na mesma casa do cunhado em Kobe. No Brasil, morava em Itirapina (217 km a noroeste de São Paulo).

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