São Paulo, sábado, 21 de janeiro de 1995
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Reformas vão dar mais segurança à pista de Imola, onde Senna morreu

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O próximo Grande Prêmio de San Marino de Fórmula 1 poderá ser adiado.
Os organizadores da corrida apresentaram ontem um projeto de reformas para dar mais segurança ao circuito de Imola, onde morreu Ayrton Senna.
A proposta dos dirigentes italianos prevê modificações em pelo menos três pontos perigosos do circuito: as curvas Tamburello e Villeneuve, e a Variante Baixa da pista.
Foi justamente na curva Tamburello que o piloto brasileiro se acidentou no dia 1º de maio do ano passado.
Segundo a perícia realizada pelas autoridades italianas, a barra da direção do Williams de Senna quebrou e o piloto perdeu o controle da trajetória, indo bater no muro de proteção da curva.
O custo das alterações previstas para Imola será de 9,8 bilhões de liras italianas (o equivalente a US$ 6,1 milhões).
Para que as obras possam começar falta apenas a aprovação do Ministério do Meio Ambiente da Itália. Isso é necessário pois o projeto prevê o corte de árvores no parque onde fica o circuito.
Os organizadores do GP de San Marino esperam poder iniciar os trabalhos em dez dias.
Eles não sabem ainda se será possível terminar as alterações no circuito em tempo para a realização do GP. A corrida está prevista para o dia 30 de abril.
Em caso de atraso, os organizadores já propuseram à FIA (Federação Internacional de Automobilismo) o adiamento da corrida para o dia 14 de maio.
Tragédias
Os organizadores do GP de San Marino querem evitar, de todo modo possível, a repetição das tragédias que aconteceram na edição anterior da corrida.
A maior delas ocorreu quando Senna perdeu o controle de seu Williams na curva Tamburello e se espatifou em um muro de concreto instalado na área.
Além dos problemas com o carro, o inquérito instalado pela Justiça italiana para apurar as causas do acidente apura também o estado do asfalto no trecho e a eficácia dos dispositivos de segurança.
Outro acidente, um dia antes, vitimou o austríaco Roland Ratzenberger, da equipe Simtek.
No treino da sexta-feira, o brasileiro Rubens Barrichello também se acidentou, ao perder o controle de seu Jordan na entrada da Variante Baixa.
O piloto chegou a perder a consciência no choque e sofreu luxações. Acabou não participando da corrida.
Não está afastada a hipótese de a empresa organizadora do GP ser condenada por negligência. Caixas de brita e uma maior preocupação com os muros de concreto e o asfalto poderiam ter evitado ou, pelo menos, amenizado os acidentes.
Logo depois da tragédia, todas as outras pistas do calendário sofreram modificações. A alteração mais radical aconteceu em Silverstone, Inglaterra, impulsionada também por outros acidentes.
No GP de Mônaco, Karl Wendlinger destruiu seu Sauber nas ruas de Montecarlo. Em Silverstone, o português Pedro Lamy, em treino com a Lotus, se acidentou e sofreu várias fraturas.
GP "italiano"
Apesar de se chamar GP de San Marino, a corrida é disputada no autódromo da cidade italiana de Imola, próxima a Bolonha, na região da Emilia-Romagna.
San Marino é uma pequena república incrustada numa região montanhosa e rochosa na costa leste da Itália, próximo a Bolonha.
O GP de San Marino é um estratagema italiano para que o país possa sediar duas corridas de Fórmula 1 por ano.
O GP da Itália é disputado normalmente no circuito de Monza (próximo a Milão).

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