São Paulo, terça-feira, 24 de janeiro de 1995
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Indústria espera um 95 'bom' para negócios

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

O otimismo tomou conta dos industriais paulistas no início de 95: 79% esperam um bom ano para seus negócios e 12%, um ano ótimo. Ninguém espera um ano ruim.
Esses são os resultados da 6ª Sondagem de Opinião, da Fiesp, realizada na primeira quinzena de janeiro junto a 855 indústrias paulistas –41% micro e pequenas, 39%, médias e 20%, grandes.
"Existe muita crença no Plano Real e na estabilização econômica", afirmou Horácio Lafer Piva, diretor da Fiesp.
Nada menos do que 76% dos entrevistados acreditam que suas vendas vão crescer no primeiro semestre do ano frente ao mesmo período de 93. Na 5ª Sondagem de Opinião, feita no início de 94, esse percentual era bem menor: 39%.
A maioria das indústrias pesquisadas –46%– acredita que a taxa mensal de inflação irá se manter entre 2% e 3%. Também a ampla maioria –71%– espera um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 4% a 6% para 95.
Não é de se estranhar, assim, que os planos de investimentos sejam audaciosos: mais da metade dos pesquisados –51%– planeja investir até 10% de seu faturamento; 27%, de 11% a 20% e 9%, de 21% a 30%. Só 9% dizem que não vão investir.
Os cinco mais importantes itens no programa de investimentos são, pela ordem: equipamentos mais modernos para a produção, programas de qualidade e produtividade, reorganização, informatização e esforço de vendas.
"Estamos no limiar de um novo ciclo de investimentos, desta vez impulsionado pelo setor privado e não público, como ocorreu na década de 70", afirmou Piva.
Para ele, é fundamental que o governo aproveite do apoio com que conta hoje da classe empresarial para propor já "as reformas necessárias" para detonar logo esses investimentos.
"A pequena capacidade ociosa da indústria hoje é um complicador desse quadro. Se o governo não sinalizar logo que pretende estimular a produção nacional, pode começar a se verificar pressão inflacionária."
Segundo mostra a 6ª Sondagem de Opinião, 82% das indústrias utilizaram mais de 61% de sua capacidade instalada no ano passado. Em 93, de acordo com a 5ª Sondagem, 63% das indústrias paulistas estavam com capacidade ociosa inferior a 39%.

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