São Paulo, quarta-feira, 25 de janeiro de 1995
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Inverno da Ellus investe em tendências sem ousadia

EVA JOORY
DA REPORTAGEM LOCAL

A coleção outono-inverno que a Ellus apresentou anteontem, num hangar no Campo de Marte, teve um ar de déjà-vu.
Com uma produção que incluiu helicópteros, chuva artificial, uma passarela reproduzindo um espelho d'água e modelos desfilando molhadas, a marca mostrou sua preocupação em fazer uma moda de inspiração jovem (feminina e masculina). Faltou ousadia.
A Ellus investiu nas tendências passadas e fez uma coleção sem inspiração certa. Estavam lá o prata, os sintéticos, os brilhos e o neoglamour, os anos 60 e 70.
Os pontos altos da coleção foram os jeans índigo blue lavados, as capas (vermelhas, pretas e azul-marinho) de estilo marinheiro e os impermeáveis (da série "inverno tropical"). A série inspirada na disco mostrou uma acertada pesquisa de tecidos sintéticos.
Mas a marca errou em apostar nos tailleurs (saias e calças) de algodão, de caimento duvidoso, nos minivestidos misturando malha e veludo e nas golas de pele.
Em contrapartida, a coleção criada por Alexandre Herchcovitch foi mais inovadora, acertando numa moda bem mais próxima de sua estética. Celebrando um inverno sombrio, o estilista brincou com cores como o preto e o azul índigo dos jeans.
Fez deles uma criação particular com calças "four pockets" e costurando mangas pretas nas tradicionais jaquetas. Deu continuidade às t-shirts de caveiras e no "efeito sombra"; saias e calças em sobreposição de tecidos (por baixo uma microfibra, por cima um tecido como lurex provocando uma leve transparência). Por fim, uma coleção que soube combinar criatividade com domínio técnico.

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