São Paulo, quinta-feira, 26 de janeiro de 1995
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O novo partido

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

– O PFL fecha com o PTB para vencer a disputa pela presidência da Câmara.
A manchete, repetida de maneira semelhante nos telejornais todos, é um formalismo. A presidência, afinal, já estava nas mãos do filho de ACM. "Grande parte do PMDB já defendia a candidatura do pefelista", lembrava ontem a correspondente da Manchete, questionando a suposta "derrota" do maior partido da Câmara, que tornou-se o segundo, abaixo da aliança PFL-PTB.
A melhor explicação ou a melhor imagem da aliança estava ontem em Inocêncio Oliveira, "eufórico com a formação do bloco, que ele deve liderar". Aliás, ele nem fala em bloco, mas em partido, um só, como se PFL e PTB nada tivessem de diferente, o que é uma grande verdade:
– A decisão fortalece sobretudo a tramitação das matérias na casa. Fica um partido com mais de 120 membros, o que determina que será um grande partido para a votação das matérias importantes.
Em meio à gagueira, surgiu muito claro o poder do novo bloco. Seu "fortalecimento", como ele disse. Um poder a ser usado, menos na eleição interna do Congresso, mais nas proveitosas negociações com o governo Fernando Henrique.

Salvação eterna
Paulo Paim, o chato, reclamava ontem na CBN das cifras diferentes, contraditórias, que o governo vai divulgando sobre os rombos da previdência. Está certo ele, o chato.
Como disse Villas-Boas Corrêa, anteontem na Manchete, não é de agora que a previdência produz números pouco confiáveis. Lembrou ele que "o Waldir Pires salvou a previdência, o Reinold Stephanes salvou a previdência, o Britto salvou a previdência".
Stephanes é bem capaz de salvar a previdência uma segunda vez, ou uma quarta, sem que nada mude. Sem que a previdência deixe de ser desculpa, mais uma vez, para não aumentar o salário mínimo.

A guerra continua
– No morro da Cotia, zona norte do Rio, houve um intenso tiroteio entre quadrilhas de traficantes, que deixou sete mortos... E três traficantes morreram num tiroteio no morro dos Cabritos, em Copacabana, na zona sul do Rio.
As duas notas são da Record, ontem, que concluiu, "tanques, lanchas, helicópteros, apesar de todo o aparato, muitos traficantes parecem ignorar as Forças Armadas".

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