São Paulo, quinta-feira, 26 de janeiro de 1995
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Investir na teenbolada é estratégico

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, tão importante quanto o título conquistado ontem pelo Corinthians na Copa São Paulo, é a informação de que Pupo Gimenez vai dirigir a teenbolada do alvinegro.
Pupo Gimenez, além de uma raposa ardilosa –e vitoriosa–, se especializou no conhecimento e na análise das novas safras que apareceram pelo Brasil. É um provador de vinhos de uvas novas.
Foi campeão no ano passado pelo Guarani. Não é de hoje que se sabe que o Guarani tem uma verdadeira CIA, um verdadeiro FBI, de investigação sobre novos talentos no Brasil.
B-campeão pelo Corinthians, ele começa o trabalho com a corda toda, como se diz por aí. Plantará o Corinthians do amanhã –assim como o São Paulo também faz este investimento.
Ter uma política para as divisões não-profissionalizadas tem um valor estratégico que transcende o título desta sempre charmosa Copinha São Paulo.
Com a valorização do jogador brasileiro no mercado internacional, fica difícil montar um time apenas na base da compra de jogadores.
É preciso repor peças do estoque próprio, para não encarecer muito o custo do time. E é aí que o time pode realizar um lucro maior: vender caro um jogador que saiu praticamente de graça.

Há, além disso, uma vantagem adicional na formação de jogadores dentro do próprio clube.
Eles assimilam mais rapidamente a "cultura" interna e chegam mais disciplinados –tática e profissionalmente– ao time principal.

Há mais um elogio a ser feito para a Copinha da teenbolada em São Paulo.
Em uma atitude moderna, mais apropriada à era das imagens eletrônicas, os times procuram seguir o princípio de não só não repetir as cores da camisa, mas também as do resto do uniforme.
Ontem, por exemplo, a Ponte Preta jogou com o uniforme número 1, branco, mas usou as meias pretas, já que o Corinthians jogou com as meias brancas.
Se a Federação Paulista quer mesmo participar da modernização das regras do futebol, deveria começar a exigir que os clubes respeitassem esta norma.

A inovação bolada por Pupo Gimenez, colocando André Santos na função de líbero, foi, do ponto de vista tático, o grande destaque da Copinha.
Se estivesse no Super Bowl, domingo, André Santos seria inscrito como "running back": ou seja, aquele beque que agarra a bola oval junto ao peito e sai na disparada rumo às jardas adversárias.

Ô Mário Sérgio, aí vai o meu palpite: Bernardo na quarta-zaga e Zé Elias e Marcelo Souza de volantes. É só.

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