São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Interior adota profissionalização
DA FOLHA SUDESTE E DA FOLHA NORTE Três clubes do interior de São Paulo entram no Campeonato Paulista na era profissional do futebol.Um deles, o União São João, já é um clube-empresa. Os outros dois, o Novorizontino e o XV de Piracicaba, ainda não chegaram lá, mas têm estrutura profissional. O União São João S.A. de Araras foi o primeiro time brasileiro a se tornar um clube-empresa. Os empresários José Mário Pavan e Iko Martins compraram o clube no final de 1993. Atualmente, segundo Iko Martins, o clube não depende de ninguém para manter o futebol. "Quando temos que administrar algo que é nosso, nos desdobramos muito mais para que dê certo", disse Iko. Segundo ele, a receita do União hoje é mantida com o dinheiro das rendas dos jogos, da propaganda da camisa, da cota da TV, da loteria esportiva e das placas de propaganda colocadas no estádio. "O resultado desta iniciativa pioneira, permitida através da Lei Zico, só o futuro dirá se realmente valeu a pena", disse Iko Martins. Já o Novorizontino é quase uma empresa familiar. A família Abi Chedid, representada pelos deputados Nabi (estadual) e Marco (federal), assumiu o comando do futebol do time em junho do ano passado. Os valores do acordo não foram divulgados. A diretoria do Novorizontino se recusa a fornecer dados financeiros. A equipe vai ter no campeonato deste ano o patrocínio da empresa Antenas Santa Rita. O valor do contrato não foi revelado. O assessor de imprensa do Novorizontino, Pedro José Morgado, 30, afirma que o sucesso do clube se deve ao cuidado com os atletas ainda iniciantes. "Da categoria infantil (16 anos) até o profissional, todos recebem o mesmo tratamento e a mesma alimentação, por exemplo." Morgado afirma que o clube gasta cerca de R$ 20 mil por mês com 70 atletas das quatro categorias inferiores do Novorizontino (infantil, juvenil, júnior e aspirante). O assessor diz que o time segue o modelo de uma empresa, pois busca se manter com suas próprias atividades. "Criamos e vendemos jogadores, por exemplo, para manter a equipe." No XV de Novembro de Piracicaba, a situação é semelhante. O clube é administrado pela empresa de Juan Figger, MJF (Marcel Juan Figger), conhecido empresário internacional de jogadores, e terá Rolim Adolfo Amaro, o dono da empresa aérea TAM (patrocinadora do São Paulo), como presidente. O XV ainda não é um clube-empresa. Mas já é administrado com critérios profissionais. Segundo o vice-presidente do XV, Waldir Moura Athanásio, 40, a idéia de transformar o clube em empresa surgiu no final do ano diante das dificuldades financeiras. O objetivo é vender 49% das ações para pessoas físicas e jurídicas e investir o dinheiro na contratação de atletas, não só para o futebol, mas também para outras modalidades esportivas. O clube já contratou jogadores conhecidos para disputar o Campeonato Paulista deste ano. Entre eles estão Júlio César, ex-meia do Guarani, e o volante Doriva, ex-volante do São Paulo. Texto Anterior: Regulamento da competição recebe críticas de dirigentes Próximo Texto: Crise financeira vitima clubes que refrearam modernização Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |