São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 1995
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NOVA OPORTUNIDADE

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O meia Válber tem um desafio extra neste campeonato. Além de ajudar o Palmeiras a conquistar o tricampeonato paulista, tem que vencer a suspeita de que ele cai nos jogos decisivos.
Válber diz que ainda terá de superar o ano em que jogou no Japão. "Lá você vai só com o intuito de ganhar dinheiro. Em relação ao futebol, você acaba se acomodando."
Leia a seguir os melhores trechos da entrevista à Folha:
(MD)

Folha - Como você se saiu no Japão? Qual a diferença entre jogar lá e aqui?
Válber - O meu time (Yokohama Flugels) era de pequeno para intermediário. Não tinha outros bons jogadores. Outra coisa ruim é que você tá indo só com o intuito de ganhar dinheiro. Em relação ao futebol, sem cobrança, você acaba se acomodando.
Folha - Como você compara o Corinthians de 1993 com o Palmeiras de hoje?
Válber - Na época em que eu estava no Corinthians, o time tinha mais jogadores de marcação. O Palmeiras de hoje tem um elenco melhor.
Folha - Em 93, o Mário Sérgio disse que formou um time quase só de marcação em função dos jogadores que tinha. Você acha que esse modo de jogar te prejudicou?
Válber - Acho que poderia ter rendido em outro esquema. Mas reconheço que aprendi coisas importantes como saber que antes de atacar é preciso primeiro tomar a bola do adversário.
Folha - Você chegou ao Corinthians com maior destaque do que o Rivaldo, mas no fim daquele ano ele foi para a seleção e você não? Você acha que caiu de produção no final?
Válber - O Corinthians teve maus resultados nos momentos decisivo. Caí junto com o time, isso é normal.
Folha - Você foi acusado de ser um jogador que rende menos em decisão. Qual é sua resposta para isso?
Válber - Não tenho como responder agora. A única coisa que posso falar é: esperem para ver. Vou mostrar que tenho condições de vestir a camisa do Palmeiras. Esse é um time que tem dinheiro para comprar quem ele quiser. E eles me quiseram.
Folha - Rivaldo foi perseguido pela torcida do Palmeiras por ter jogado no Corinthians. Você não teme o mesmo?
Válber - Primeiro ela deve lembrar que eu também fui do Yokohama e do Mogi Mirim. Mas, o importante é jogar bem. Assim, ninguém pega no seu pé.
Folha - Você ainda se lembra das jogadas com o Rivaldo?
Válber - Sim. Temos muita intimidade em campo e nenhum de nós desaprendeu a jogar.

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